Voltei de João Pessoa sem entender o porquê de a cidade não ser tão badalada como as demais capitais do Nordeste. Bom para o visitante, que pode aproveitar os passeios aos pontos turísticos e às praias sem tanta concorrência.
As praias urbanas têm cenários bem parecidos. Por isso, não priorizei conhecer todas. Das 11, estive em quatro: Cabo Branco, Tambaú, Seixas e Penha.
As vizinhas Tambaú e Cabo Branco dividem a mesma orla, de generosa faixa de areia. O nome muda devido ao bairro a que pertencem. Em Tambaú, há mais comércio, opções de restaurantes e hospedagem. Por outro lado, em Cabo Branco, o agito é menor, e o desenvolvimento do setor hoteleiro é recente.
Cabo Branco é delimitada pelas Falésias do Cabo Branco, sobre as quais encontra-se o Farol de Cabo Branco e, ao lado, a Ponta do Seixas. Na ida para o Farol, pare na Estação Cabo Branco (é caminho), um centro cultural projetado por Oscar Niemeyer que oferece gratuitamente cultura, arte, ciência e tecnologia.
Na continuação da costa desenhada pelas falésias do Cabo Branco vem a Praia do Seixas e, ao lado dela, a Penha. Ambas são populares e frequentadas por moradores. Aos finais de semana, os restaurantes e bares costumam lotar. Em Penha, barracas para venda de bebidas são montadas na areia.
Em razão da grande concentração de gente que se reúne nessa praia para brindar ao final de semana, ela foi apelidada pelos pessoenses como "dos biriteiros".
A curiosidade fica por conta do acesso: para chegar ao mar, é preciso descer a escadaria que fica junto à Igreja Nossa Senhora da Penha. Uma grande imagem da santa decora a praça central do bairro.
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Pelo Litoral Sul
Nem cogite deixar de fazer o passeio ao Litoral Sul. As praias pertencem a Conde, município vizinho da Capital, e a beleza de algumas é de tirar o fôlego. Escolha contratar um taxista em vez das vans de turismo. Se não estiver sozinho, sai mais em conta, além de ter a oportunidade de ficar o dia todo e conhecer melhor as praias. Enquanto as vans passam rapidamente por elas e param apenas nas principais, de táxi é possível entrar em quase todas e escolher uma para ficar até o sol cair. Tempo e valor podem ser negociados. Consegui fechar por R$ 150, com saída às 8h e retorno às 17h.
A beleza da paisagem é determinada pela maré, alta ou baixa. Na alta, Barra do Gramame, Tambaba e Praia Bela se sobressaem. Na baixa, Praia do Amor chama mais a atenção. Em Tabatinga e Jacumã, a vista pouco se modifica. A seguir, faço um breve relato.
Leia mais sobre viagem e turismo Foto: Gabriel Araújo, arquivo pessoal
Barra do Gramame
A cheia faz o mar avançar por parte da areia, deixando o cenário parecido com encontro de mar e rio - de um lado, água calma, de outro, agitada. Na piscina natural, os banhistas se divertem, e os bares enterram suas mesas e cadeiras. Falésias e um grande banco de areia, entre o mar manso e as fortes ondas, completam o visual.
Foto: Gabriel Araújo, arquivo pessoal
Tambaba
A mais surpreendente. É dividida. Em uma pequena extensão, o acesso é liberado. A partir de uma escada, só entram casais sem roupa. É considerada a primeira praia naturista do Nordeste. Mas, caso você não seja adepto de tirar a roupa fora de casa, não há com o que se preocupar: a pequena fração destinada a todos tem uma beleza ímpar. Uma sequência de minutos modifica a intensidade da maré e, consequentemente, a vista. Muitas pedras compõem a paisagem, a água as ultrapassa e várias piscinas se formam entre elas. Quando as ondas batem, cachoeiras aparecem em todos os cantos.
Além desta divisão, há também uma outra parte, inacessível, onde se vê só falésias e mar - uma linda combinação. É bom ressaltar que, com exceção das falésias, o restante da descrição é proporcionado pela maré alta. Se visitá-la em um dia de maré baixa, não verá nada do restante.
Há apenas um bar e uma barraca que vende sorvete e oferece o serviço de aluguel de cadeira e guarda-sol - desnecessário, pois os coqueiros fazem sombra.
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Foto: Gabriel Araújo, arquivo pessoal
Praia Bela
Para se chegar ao banco de areia e ficar de frente para o mar, atravessa-se o rio por uma canoa. O cenário tem menos elementos do que as outras praias. Uma vez enxergando o mar, não se vê mais nada.
Praia do Amor
É famosa pela grande quantidade de pedras. Uma delas, chamada de "pedra furada", é procurada por casais para fotos de beijos e abraços. É a maior atração do local. Por cima das pedras, há uma trilha que permite ver a praia de cima. Prefira andar de chinelo, pois as pedras são pontudas e podem machucar. Se o mar estiver alto, as menores podem ficar escondidas. Ao lado dos bares, abertos apenas com a maré baixa, uma parede de falésias.
Coqueirinho
É a mais famosa. Destino obrigatório. Disputa com Tambaba o posto de mais bela. A combinação morros e muitos coqueiros somados às falésias e ao mar azul deixam-na exuberante. As pedras também se fazem presentes. Possui uma estrutura de bares que lembra uma praça de alimentação. O banho de mar não é aconselhável.
Tabatinga
É a praia de acesso mais difícil, com estrada de chão batido e muitos buracos. Como choveu bastante na noite anterior, deixei para ir por último, depois de passar a tarde em Tambaba. Ainda é pouco explorada, o que lhe confere maior privacidade. É bem simples, mas linda para um fim de tarde. Sua faixa de areia lembra um "U". Nas pontas, o encontro do verde das árvores com o azul do mar fecham o dia da melhor maneira possível.
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