Se lhe falaram que Porto de Galinhas é linda, não acredite. O lugar é muito mais do que cabe em uma descrição ou na moldura de um porta-retrato. Embora esteja entre os destinos mais procurados do país, fui descobrir isso somente no ano passado. E voltei com vontade de ficar.
Águas límpidas e mornas que se misturam com o azul do céu. Cavalos-marinhos fazem jus às imagens dos melhores desenhos animados. Hotéis luxuosos e gastronomia saborosa fazem do lugar um paraíso, daqueles que dá pra encher a boca e dizer: só quem foi sabe.
Eleita por 10 vezes consecutivas a melhor praia do país pela revista Viagem & Turismo, Porto de Galinhas também é o quinto destino mais procurado do Brasil para turismo de lazer. Tanto que se tornou uma região mais famosa do que o próprio município onde está situada - Ipojuca.
A região, que inclui ainda as praias de Cupe, Muro Alto, Maracaípe e Serrambí, tem 18 quilômetros de areia branca, com coqueirais e opções para todos os gostos, desde quem quer apenas relaxar até quem quer se divertir, mergulhar ou praticar esportes.
Particularmente, fui pra aproveitar o que o destino tinha a oferecer. Voltei encantada (e certa de que tenho que voltar) e divido algumas observações sobre o que mais gostei, também do que nem tanto, e quem sabe dar algumas pistas para quando você for.
De olho na tábua das mares
Antes de ir a Porto de Galinhas, é importante olhar a tábua das marés, ou mesmo o calendário da lua. Prefira as luas cheias e novas, quando a maré está baixa. Caso contrário, não encontrará as piscinas naturais - os locais mais incríveis de lá.
Há diferenças entre curtir o dia com água na canela no horário da maré e, aos poucos, ela ir enchendo, ou viajar na lua errada, quando o mar está cheio, turbulento, que não dá pé nunca. Além de não ver os peixes e não poder mergulhar, os passeios de jangada são até cancelados quando a maré está alta.
Nos sites de clima, da prefeitura e até dos hotéis, dá para consultar a previsão para meses adiante. Telefonar para uma agência de viagem também ajudar muito.
Se uma ou outra lua não é indicada para ir a Porto de Galinhas, a boa notícia é que o destino é opção o ano inteiro. Isso porque lá faz calor sempre. A média de temperatura gira em torno de 28ºC. E a da água fica sempre perto de 26ºC. Mas vale verificar a previsão do tempo se for viajar entre maio e junho, período com mais chuvas.
Internet em alto-mar
Não é exagero. Testei com a minha operadora e outros companheiros da viagem testaram outras: internet 3G funciona até no meio do mar. Em tempos de selfie, não há com o que se preocupar: postei fotos de um banco de areia, distante mais de um quilômetro da costa.
O ponto negativo fica por conta da rede wi-fi dos hotéis. Embora todos tenham, a maioria oferece acesso apenas para hóspedes e com limite de uso. A associação de hotéis me explicou que o problema é a banda disponibilizada pelas operadoras de telefonia.
Hotéis à beira-mar
Nada de ruas separando os hotéis que se dizem "beira-mar" do mar. Em Porto de Galinhas, não há nada que os separa da água além de areia. Ou seja, não é necessário mais do que alguns passos para chegar à praia. Atualmente, a região conta com 16 hotéis de três, quatro e cinco estrelas, resorts e 200 pousadas, que, juntos, oferecem cerca de 13 mil leitos.
Atendimento excelente
Fui acompanhada por um guia turístico de uma agência de viagem local praticamente em 100% do tempo. A presença dele fez toda a diferença para otimizar o pouco tempo para ver muita coisa.
Mas, como o serviço pode custar caro, diria que conversar com os moradores é uma ótima saída - eles são receptivos, simpáticos e sabem tudo. Graças ao jipeiro que nos levou a Maracaípe, por exemplo, que experimentei o "caviar do Nordeste", e foi um jangadeiro que indicou um barzinho com MPB ao vivo e cerveja gelada. A fruta, oficialmente chamada de pitaya, não está nos cardápios, e o bar não consta dos roteiros de viagem.
A praia mais linda que já fui
Vou logo entregar: o nome dela é Carneiros (foto acima). A praia não pertence a Ipojuca, mas fica a apenas 50 minutos dali. Por incrível que pareça, o local é um dos mais desertos do litoral pernambucano. Quem vai para Carneiros de carro só chega à praia pelas estradinhas que levam aos bares mais famosos da região. Como cenário, um mar calmo, transparente e cheio de piscinas naturais.
É importante ir de chinelo para não machucar os pés. Recomendo fazer um passeio de barco, que leva a um banco de argila, onde o visitante é convidado a se lambuzar e, em troca, rejuvenescer a pele; aos manguezais, onde o mar encontra o rio; e também à Capela de São Benedito, quase dentro do mar.
* A repórter viajou a convite da Azul