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A montanha-russa em madeira Gold Striker foi inaugurada neste ano
Foto: Thor Swift/NYTNS
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Tem gente que vai para os parques de diversão em função dos brinquedos, para matar a saudade da infância, pelo algodão doce e, é claro, para sossegar os filhos.
E tem aqueles, como eu, que compram o ingresso com um único objetivo: andar quantas vezes for humanamente possível na montanha-russa. Há pouco tempo transformei essa "missão" em uma visita que durou uma semana inteira a Califórnia porque, segundo o site Roller Coaster DataBase, o Estado tem mais de 80 em operação, o maior número dos Estados Unidos.
Em uma viagem alucinante, sem pé nem cabeça (literalmente) a partir de São Francisco, andei em 40 montanhas-russas em oito parques. Fazendo paradas somente para engolir umas coxas de peru, uns "funnel cakes" ("bolos de funil") e vários sorvetes, embarquei nas novidades (Full Throttle no Magic Mountain e Gold Striker no Great America da Califórnia), mas também nas mais antigas (Giant Dipper no calçadão da praia de Santa Cruz). Experimentei praticamente todos os tipos, desde a invertida, na qual você fica com as pernas "soltas" (como a Silver Bullet no Knott's Berry Farm), até a interna, na qual o passeio é acompanhado de uma narrativa (como a Vingança da Múmia no estúdio da Universal em Hollywood).
A seguir, um resumo das cinco montanhas-russas mais interessantes que encontrei durante a minha viagem.
A clássica
Giant Dipper
Calçadão da praia de Santa Cruz
Destaque: O túnel inicial
Às vezes, uma antiguidade é realmente o que há de melhor - e o calçadão da praia de Santa Cruz pode se gabar de seu clássico: a Giant Dipper, que vem divertindo o público desde 1924. É a quinta montanha-russa mais velha dos EUA, foi declarada patrimônio histórico nacional e é a grande atração de um parque de diversões bem movimentado. A estrutura branca e os trilhos vermelhos se destacam de encontro ao céu e do topo de seu pico mais alto dá para ver a Baía de Monterey. Como acontecem em muitas atrações do calçadão, o ingresso pode ser pago à parte, não faz parte do ingresso para o parque.
Um dos detalhes mais divertidos do passeio é o jeito que ele começa. Logo depois de sair da gare, o trenzinho entra em um túnel onde não se enxerga nada e vira para lá e para cá antes mesmo da primeira subida. Depois dessa queda, há uma curva fechada que leva a uma nova sequência de subidas antes de fazer outra curva animal e passar por novos sobes e desces. Se você curte o vento no cabelo e a sensação de ter o estômago na garganta, a Giant Dipper é uma opção boa, sem frescura e com bastante tempo no ar, dando aquela sensação de leveza que todo fã busca.
A voadora
Tatsu
Six Flags Magic Mountain, Valencia
Destaque: o looping pretzel
Uma montanha-russa que simule o voo de um pássaro é muito difícil de encontrar. Primeiro porque você precisa de amarras que não sejam muito apertadas nem desconfortáveis, além da altura e da velocidade certas para convencê-lo de que alguma coisa emocionante está acontecendo. A Tatsu é o exemplo mais perfeito desse tipo de montanha-russa.
Projetada pela Bolliger & Mabillard, empresa de engenharia responsável por várias montanhas-russas desse tipo no país, na qual o público viaja de bruços pelos trilhos de aço - a diferença é que a Tatsu é a mais alta e a mais majestosa de todas. Uma vez que está situada em uma área particularmente irregular do parque e se espalha por outras quatro, de alturas variantes, sua perspectiva muda o tempo todo. A subida chega a 51,8 metros, mas dá a sensação de ser muito mais alta porque você vê as pessoas andando lá no chão ficando cada vez menores. O elemento inesquecível é, sem dúvida, o looping "pretzel", de 37,8 metros, que tem trilhos que se sobrepõem na entrada e na saída. Além de deixar o pessoal de cabeça para baixo, ainda faz com que passe alguns momentos de barriga para cima, sob pressão esmagadora da força-G, antes de sair do outro lado.
A novidade em madeira
Gold Striker
California's Great America, Santa Clara
Destaque: O Poço da Mina
Montanhas-russas de madeira, conhecidas pelos entendedores por "woodies", continuam incrivelmente populares, mesmo que as inovações das estruturas de aço com tecnologia de ponta roubem parte de seu brilho.
O Great America de Santa Clara decidiu apostar na boa e velha madeira e aí está a Gold Striker, inaugurada este ano. De longe, ela é impressionante: os 65.032 metros quadrados de puro pinho amarelo são tentadores e o passeio oferece a rapidez e as curvas da equivalente em aço.
E já começa com tudo: há uma queda de 31,4 metros que passa por um túnel, que o parque chama de "Poço da Mina". (É a maior queda dentro de um túnel de uma montanha-russa de madeira do mundo.) Aí vem uma curva rápida e os vagões correm bem acima da fila de quem está esperando, permitindo que o pessoal sinta as vibrações. Eu tive a sorte de andar na montanha-russa um mês depois de sua inauguração, quando a madeira ainda não tinha tido tempo de se acomodar, evitando os solavancos na viagem.
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Amor à primeira caída
Superman: Ultimate Flight
Six Flags Discovery Kingdom, Vallejo
Destaque: looping em reversão
Essa montanha-russa cheia dos suspenses é da Premiere Rides, fabricante de Baltimore especializado no gênero, e substitui a tradicional subida pelo arranque fora da estação sem aviso nem preparação.
Do chão, a trilha dá a impressão de ser uma grande estrutura oval e um círculo menor, desenho simples que acaba gerando uma combinação complicada de empolgação e medo. Usando propulsão eletromagnética, ela lança o pessoal para fora da gare em uma posição meio de subida por causa do trilho ligeiramente vertical. Depois de perder o impulso, o carrinho começa a dar ré, passando pela estação novamente e continua seguindo para trás, para subir do outro lado. De novo, depois de perdido o impulso, ela dispara, atravessando a estação pela terceira vez para subir 45,7 metros na vertical. A essa altura, o trilho dá um giro de 360 graus antes de despencar, não antes de dar um belo looping. Resumindo: é insano.
Na Superman dá para quase voar de verdade - e um dos elementos mais malucos é o looping final, compacto e não invertido, o que significa que você completa um círculo, mas o trilho gira de modo que você não fica de cabeça para baixo, mas sim por cima, e no ponto mais alto. A experiência é inacreditável.
Emoção na quarta dimensão
Green Lantern: First Flight
Six Flags Magic Mountain, Valencia
Destaque: assentos que giram 360°
Em toda a sua glória verde esmeralda e com pinta de cobra, a Green Lantern: First Flight é uma das montanhas-russas mais originais que a Califórnia tem a oferecer - e embora à primeira vista não pareça, é também uma das mais assustadoras. Ela faz parte da categoria das "montanhas-russas da 4ª dimensão" porque os assentos giram independentes da direção do trilho, oferecendo uma viagem emocionante e por vezes desorientadora. O parque possui outra, no mesmo estilo, a X², mas a rota mais reta da Green Lantern proporciona uma experiência melhor.
Cada vagão tem quatro assentos de cada lado do trilho, mas não há piso. Assim, giram para frente e para trás enquanto o trem corre, alucinado, e você lá, com a sensação de estar pendurado. A pessoa ao meu lado descreveu a sensação como sendo de "vida ou morte". A descida acontece em partes: a linha nivela para depois cair, despencando até alcançar a outra seção. A cada queda os gritos vão ficando mais altos e intensos. Da última vez que andei, cheguei de volta à estação de cabeça para baixo, uma sensação assustadora e sensacional ao mesmo tempo.