Em dezembro de 2012, embarquei em uma viagem que, confesso, não havia dedicado muito tempo a planejar. Em um impulso comprei as passagens aéreas e somente depois avisei minha família e os amigos de que passaria 90 dias com uma mochila nas costas e a câmera no pescoço perambulando por países dos quais até então só havia lido a respeito.
Estreitei contato com conhecidos de fora do Brasil, organizei as "trouxinhas" e fui. Passei por alguns países no caminho, entre eles Espanha, Etiópia, Suazilândia e África do Sul.
Foi em Israel, porém, que empreguei a maior parte do meu tempo. O fato de ter conhecidos que moram lá me ajudou a ter uma experiência um pouco menos "turística/parasita" neste país.
Israel foi meu porto seguro. O país é apaixonante. Foi nesse minúsculo território - tem apenas 20 mil quilômetros quadrados de área total - que consegui explorar sem pressa todos os cantinhos que quis, onde fiz amigos e participei de grupos de estudo. Em Israel, temos a possibilidade de ver desertos, montanhas cobertas de neve, praias paradisíacas, o Mar Morto, cidades históricas e potências econômicas. Cruza-se o país de ponta a ponta em sete horas em um carro.
A riqueza cultural dos israelenses é tão pulsante que explode pelas ruas. Em Tel-Aviv, árabes e judeus dividem espaço nos mercados públicos e disputam fregueses em batalhas verbais épicas. Porém, as desavenças em grande parte das situações chegam somente até este ponto. A verdade é que em nenhum outro país me senti tão segura. Além da ótima infraestrutura das cidades, os israelenses têm um respeito e uma maturidade muito grandes, contrariando totalmente o pensamento que eu tinha.
Mar Morto
Sabrina Marthendal / Divulgação
Com salinidade 10 vezes superior à dos outros oceanos e mais de 30% de minerais em suspensão, a água do Mar Morto pesa mais do que o corpo humano. Ou seja, é impossível afundar em suas águas. A sensação de flutuar é incrível, e, além disso, a água e a lama têm funções estéticas e medicinais. Há inúmeras piscinas térmicas naturais formadas pelas rachaduras na terra à beira do mar.
Deserto da Judeia
Com apenas 1,5 mil quilômetros quadrados, o deserto da Judeia é cercado por reservas naturais, sítios históricos e paisagens incríveis. O deserto faz fronteira com as Montanhas da Judeia no Oeste e com o Mar Morto no Leste.
É um dos cenários mais citados na Bíblia, e onde podemos ver muitas aldeias de beduínos. Aliás, alguns vivem praticamente de "passar a mão" nos pertences de turistas no deserto. Fique esperto
Jerusalém
Não há como não se emocionar ao pisar em Jerusalém. Não importa se você é ateu, cristão, judeu, muçulmano, budista ou umbandista. Essa cidade com mais de 3 mil anos de idade transborda história e fé. Apesar de rica e superdesenvolvida, é onde podemos ver com muita clareza os conflitos políticos e religiosos.
Norte e fronteira
As fronteiras que dividem Israel dos países que o cerca são hiperprotegidas e constantemente áreas de conflitos. Não é muito sábio chegar perto. Mesmo assim, fui até onde é "aconselhado", pois as paisagens são belíssimas. Há escorpiões que dormem pelas sombras da região. Um conselho: ao chegar ao Norte, não vá pela sombra.
Colinas de Golan
As Colinas de Golan são o centro da discórdia nas relações entre Israel e Síria. As montanhas, que hoje delimitam a fronteira Norte israelense, foram ocupadas durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A região conserva esconderijos e sistemas de visualização militar.
Visitei as colinas durante as semanas mais frias do inverno, e a paisagem foi de tirar o fôlego. O vinho produzido lá é um espetáculo à parte.
Amendoeiras de Fassuta
Em Fassuta, encontram-se os maiores campos de amendoeiras do país. Tive a sorte de acompanhar as amendoeiras em época de flor. Mas precisei pular uma cerca de arame farpado para vê-las mais de perto.