Veneza em um dia ensolarado de verão deve ser maravilhosa. Em uma noite fria de inverno, é mágica.
Em um final da tarde nublado e frio, cheguei a seu porto com a imagem de praticamente todos os cartões-postais vistos até então: de uma cidade repleta de canais, barcos e ruelas. Todas sempre muito ensolaradas e cheias de história. Essa era a Veneza que eu conhecia até então.
O que não esperava é que seria totalmente surpreendido com uma noite fria e acolhedora. A neve que aos poucos caía sobre casas e gôndolas emoldurava o cenário. Nunca imaginei caminhar pelos labirintos venezianos acompanhado por um balé de flocos que, aos poucos, cobriam igrejas e palácios com uma leve camada branca.
Não consegui deixar de imaginar barcos vindos do Oriente ao longe na escuridão do Mar Adriático trazendo especiarias e histórias e de pensar em algum prisioneiro que cruzou a Ponte dos Suspiros e remeteu seu último olhar sobre o grande canal antes de mergulhar na escuridão dos porões da tão temida prisão.
Estar em uma cidade com um passado tão rico e poder fazer parte de sua vida, nem que seja por alguns dias, é uma emoção indescritível. Deixe-se contaminar pelo clima de Veneza enquanto caminhar por suas ruas, praças, igrejas e palácios. Embrenhar-se por seus labirintos é programa obrigatório e se perder faz parte do jogo.
Não tenha medo. A sensação de retorno ao passado é imediata e tem-se praticamente certeza de que na próxima esquina daquela ruela deserta irá se cruzar com algum mercador. Eu me perdi e encontrei uma cidade deslumbrante.
Perfil
:: Nome: Luciano Leoneti Terra, 41 anos, é farmacêutico
:: Lugares que já conheceu: EUA, México, San Martin, República Dominicana, Cuba, Panamá, Peru, Argentina, Uruguai, Paris, Barcelona, Londres, Amsterdã, Praga, Budapeste, Viena, Roma, Florença e boa parte da Toscana. No Brasil, todas as capitais do Nordeste, Amazônia, Minas Gerais e Rio de Janeiro
:: Lugares que pretende conhecer: África do Sul, Alemanha, Alasca, Patagônia, China, Índia, Japão
Foto: Arquivo Pessoal