Quando os meus avós chegaram ao Brasil no começo do século passado vinham de regiões tão distantes, deixando para traz o Leste Europeu, trazendo na bagagem sonhos de paz, esperanças de trabalho e o desejo de construir uma família na terra brasileira em que aportavam.
O mesmo se deu comigo quando em 2012 voltei àquelas paragens - Áustria, Republica Checa, Eslováquia, Hungria, Polônia e Alemanha - conhecido como o leste europeu, pois também em meus mais profundos sentimentos havia a vontade de conhecer e percorrer a terra dos meus avós.
Eu e o meu marido começamos esta viagem pela cidade de Praga, incrivelmente encantadora com os seus mais de cem telhados incrivelmente projetados de forma a escorregar a neve no inverno, mas trazendo ao imaginário os castelos medievais com os seus personagens surreais.
E o relógio astronômico? Uma preciosidade que reúne ao seu redor milhares de pessoas no aguardo de seu movimento, de suas alegorias e exatidão exaltada pelo canto do galo.
Continuando a viagem, fomos para Viena onde pudemos verificar a qualidade de vida que se sobressai do cuidado com a cidade e seus habitantes através da limpeza, do trânsito, das ciclovias, dos parques, da Ópera e do castelo de Shonnenburg. E tudo sem nenhuma pichação.
A seguir, seguimos para Bratislava, onde as esculturas são colocadas pitorescamente pela cidade, em suas praças e até no bueiro da avenida, oferecendo alegria ao passante.
Vamos adiante temos agora Budapeste pela frente e a beleza do prédio do Parlamento, espelhando-se no rio Danúbio, onde a população convive festivamente nos domingos de sol.
Parlamento Húngaro em Budapeste
Foto: Jefferson Botega
Passamos por estradas e auto-estradas até Cracóvia e Varsóvia. Nos foram descritos os fatos históricos, as guerras e as sequelas daí decorrentes, mas também o poder de superação de um povo forte que busca sua modernidade, interação, embora a moeda e a língua ainda sejam dificuldades a serem superadas.
Enfim, Berlim com suas lindas avenidas, arranha-céus, prédios históricos, o Portão de Bradenburg, o muro com sua memória, o deslumbrante e moderníssimo prédio do Reichstag com a vista espetacular da cidade, o prédio da Sony e seus movimentos iluminatórios, a boa comida e a adorável cerveja.
Soubemos nos identificar com os passos que os meus antepassados deram em direção ao Brasil deixando lá, no leste europeu, parte de suas vidas, de seus sonhos e suas lembranças inesquecíveis.
Viajamos e mais uma vez aprendemos a viver.
Perfil
Nome: Carmem Fernanda Schänger, 62 anos, funcionária pública aposentada e Caio Brasil Carvalho, 73 anos, funcionário público aposentado.
Lugares que conhece: 31 países e centenas de cidades na Europa, Oriente Médio e USA
Lugares que pretende visitar: China e Japão