Não há como negar: caminhar pelas ruas bicentenárias de Rio Pardo é uma aula de história. As ruas calçadas com pedra e os casarios antigos e ainda conservados são os cartões-postais desta cidade que mantém viva as lembranças de uma época áurea.
Em 7 de outubro de 1809, a assinatura do Decreto Real elevou Rio Pardo à categoria de vila, tornando-a uma das quatro cidades mais antigas do Estado, ao lado de Rio Grande, Porto Alegre e Santo Antônio da Patrulha. Ao longo de mais de 200 anos, a cidade acolheu personagens importantes, como a Princesa Isabel, Dom Pedro II e Getúlio Vargas, que imortalizaram a importância do município e eternizaram locais históricos, ainda hoje conservados.
O que ver na cidade
Prédios históricos
- Espaço Cultural Panatieri: o solar recebeu Dom Pedro II em 1865, em sua segunda visita a Rio Pardo, por ocasião da rendição das forças paraguaias.
- Casa que hospedou Dom Pedro II e D. Tereza Cristina: na sua primeira visita à cidade, em 1845, Dom Pedro II e D. Teresa Cristina hospedaram-se em um sobrado. Atualmente, existe apenas a fachada do prédio.
- Centro Regional de Cultura: construído em 1848 para servir de hospital, o prédio recebeu, em 1885, a primeira Escola Militar da Província, onde estudaram Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra, Mascarenhas de Moraes e Plácido de Castro, entre outros. É tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual.
- Estação Ferroviária: inaugurada em 1883, era ponto de parada da Linha Porto Alegre/Uruguaiana e até hoje é considerada de valor histórico, cultural e de expressiva tradição para a cidade. Ali eram vendidos os sonhos de Rio Pardo, comercializados entre os viajantes.
Igrejas
- Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário: inaugurado em 1801, o prédio tem sete altares de madeira de origem barroca e sacadas onde a elite se colocava durante a missa para não se misturar com o povo. Ainda conserva a imagem do Senhor Morto, escultura em tamanho natural.
- Capela de São Francisco de Assis: inaugurada em 1812, tem importante acervo de imagens da Via Sacra em tamanho natural, com detalhes anatômicos e movimento de fisionomia. Junto está o Museu da Arte Sacra, inaugurado em 1975, com peças missioneiras.
- Capela São Nicolau: foi construída pelos índios que desceram das Missões e até hoje conserva imagens esculturadas. De original mantém um sino do século 18, uma imagem de Jesus com a Cana e um Cristo Morto, ambos missioneiros.
Museus
- Museu de Arte Sacra: é uma instituição particular, sem fins lucrativos, destinada a recolher, restaurar, classificar e expor as peças sacras. Inaugurado em 1975, é o primeiro museu deste tipo criado no interior do Rio Grande do Sul. Entre as peças expostas está a imagem do Santo do Pau Oco
- Santo Estevão, utilizado na época das guerras para esconder mensagens, ouro e prata.
- Museu Histórico Municipal Barão de Santo Ângelo: de linhas arquitetônicas coloniais portuguesas, o solar é o local onde nasceu o almirante Alexandrino de Alencar, responsável pela reforma da Marinha Brasileira, e antepassados do ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. No acervo está o primeiro mobiliário da Câmara dos Vereadores, o poncho de David Canabarro, armas usadas na Revolução Farroupilha e fotografias e documentação histórica.
Áreas históricas e panorâmicas
- Rua da Ladeira: o principal cartão-postal da cidade foi construído por mão de obra escrava, em 1813. Esta foi a primeira rua calçada no Estado e segue o modelo da Via Appia Romana, com escoamento no centro do calçamento. Ainda conserva o estilo original e, por isso, foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1954.
- Fortaleza Jesus, Maria e José: construída em consequência do Tratado de Madri, que definiu novas fronteiras entre domínios portugueses e espanhóis no Rio Grande do Sul. Foi ao redor dela que se iniciou o povoamento de Rio Pardo e de grande parte do Estado.
- Ponte sobre o Rio Pardo: construída por ordem do General Gomes Freire de Andrade, para a passagem das forças de demarcação em 1754. Em 1911, recebeu a estrutura metálica ainda existente.
- Cruz do Barro Vermelho: é o local onde ocorreu o mais sangrento combate da Revolução Farroupilha, em 30 de abril de 1838. Foi ali, também, que foi composto o primeiro hino rio-grandense. No centenário do fato, o local recebeu uma cruz de pedra.
Fonte: Prefeitura de Rio Pardo