Roteiros à mesa, uma tarefa difícil: decidir qual das praias no mar do Caribe iríamos conhecer em janeiro. Que problemão, não?
Decidimos pela Isla Marguarita, na Venezuela. Lugares paradisíacos, preservados, quase intocados, boa música, praias com estrutura prima-irmã de Cancún.
Ficamos no Hotel Internacional, que estava meio caidaço à primeira vista pra acomodar turistas ávidos por combinar qualidade com belezas naturais, regadas a boa hospedagem e comidas típicas.
Na manhã seguinte, café da manhã. Ôba, culinária venezuelana, café internacional, mil opções...Parô, parô...Que salão é esse, tudo meio enjambrado, atendentes atrapalhados, lentos pra servir? Poucas opções pra comer...
Será que caímos numa cilada ponto com?
Bom, mas também não viemos aqui só pra ficar no hotel...Vamos às praias. Bem, daí a natureza estava lá pra nos brindar com lugares paradisíacos, indescritíveis, reserva com criadouros de peixes e tartarugas...Mar variando entre o verde e o azul, nos mais diversos tons.
Conhecemos uma dessas maravilhas indo de avião, sobrevoando esse tom-sur-tom do verde ao azul, areia tão branca que quase doía pra olhar. Lindo. Ninguém se arriscava a arrancar uma folhinha, juntar uma concha, jogar alguma coisa, tá louco?! Multa na certa.
Voltamos ao hotel energizadas, maravilhadas pelo que tínhamos curtido. O tal hotel com o café da manhã furreco já não parecia tão ruim. O paraíso era ali, com certeza.
Acordamos, fomos pro café, fraquinho, mas vai lá...De repente, olhei pro chão, e repeti o gesto...Não! Uma barata passeava pelo corredor, e outra lá adiante corria assustada. Baratas por todo o corredor. Socorro!!
Descemos direto pra recepção do hotel pra reclamar, junto com um grupo que lá estava pelo mesmo motivo. Até entenderem o que falávamos, disseram:
- Há, si, nosotros bamos matalas...si, con veneno...No pasa nada.
Buenas, fomos pra outra praia maravilhosa, dia pleno de sol e mar translúcido. Voltamos cansadas pro apê, felizes.
- Socorro! Barata dentro da geladeira - gritou minha amiga.
Meus deuses, que nojo! E se forem pras camas?
Corremos pra recepção do hotel.
- No pasa nada. Estan fugindo del veneno. Van a morir...
Jesus, Maria, José, rezei (vou apelar logo pra família toda pra ver se resolvem).
Resumo da ópera: descobrimos, dois dias depois, que uma das baratas quis conhecer o Brasil: veio dentro da mala.