Advogado e empresário do ramo de turismo, Flávio Félix, 55 anos, está se tornando um especialista em viagens de motor- home. Tem feito longos trajetos pelos Estados Unidos e pela Europa. É um estilo de viajar bastante comum entre os estrangeiros, opção econômica e diferente das tradicionais viagens de avião, trem ou carro. A seguir, o catarinense compartilha sua jornada mais recente - de 15 dias por Itália, Suíça e França.
"De repente, vindo do meio das estreitas e lotadas vias construídas nos tempos medievais, ouvimos uma música brasileira. Tocava Jorge Benjor. O povo, em volta de um pequeno palco, sob o céu estrelado, sambava ( ou tentava), deliciando- se.
Estávamos em Montepulciano, na belíssima região da Toscana, na Itália, numa área pública destinada a motor- homes, com água quente, sistema de esgoto e ótima iluminação, pagando pouco mais de R$ 10 para passar a noite.
Antes, Montalcino e Roma. Na sequência, Florença e Pisa.
Ao redor, paisagens estonteantes dos campos de girassóis e vinhedos carregados. Os quilômetros de estrada, a boa cozinha e os espetaculares vinhos foram vencidos com bravura e deleite por nós e nossos companheiros de viagem, Claudinei e Michelle Orsi, a bordo do novíssimo motor- home, que se comportou com absoluta presteza e segurança nos 2.978 quilômetros rodados entre os dias 18 e 31 de agosto.
Sim, foi puxado, mas por absoluta opção nossa. A escolha por motor- home proporciona economia de tempo e dinheiro, em comparação com uma viagem convencional. Não necessitamos de traslados, diversos check- ins e check- outs em hotéis, esperas em aeroportos, horas perdidas em voos e incansáveis rotinas de carregar, desarrumar e arrumar malas em cada destino".
Milão, ponto de partida
"Nosso roteiro teve início com o desembarque em Milão, no Aeroporto de Malpensa, onde já nos aguardava o representante da empresa locadora do motor- home. Vistoria feita, explicações sobre as funcionalidades do veículo, partimos imediatamente em direção ao nosso primeiro camping, à beira do Lago de Lugano, na Suíça. Antes, a passagem em um supermercado para as compras iniciais da viagem.
Depois de pernoitarmos e conhecermos rapidamente a cidade de Lugano, partimos em direção à Itália, passando pelo Lago de Como, Bergamo, Verona e chegando à romântica Veneza.
Vários passeios - inclusive de gôndola - e, no final do dia seguinte, paramos em Bolonha, cidade simpática, bonita, enfeitada, com um centro histórico deslumbrante.
Dali, rumo às cidades balneárias que beiram o Mar Adriático, começando por Ravenna, Rimini, Ancona e Pescara. É um longo litoral, cujas praias têm grandes espaços de areia e todas, ou quase todas, com um mar de guardasóis milimetricamente perfilados, numa bela estética muito incomum por aqui.
Depois, rumamos à outra costa italiana, com parada em Salerno, para conhecer a quase indescritível Costa Amalfitana. Passamos por todo o costão de barco e depois voltamos de ônibus, com paradas em seus vilarejos. Em Nápoles, dormirmos aos pés doVesúvio.
Passeamos por Pompeia, soterrada pelas cinzas do vulcão no primeiro século pós- Cristo e somente há pouco mais de um século redescoberta. A cidade está praticamente intacta, o que assombra e deslumbra, pelo seu estado de conservação e grandeza. Imperdível".