Situada no sertão baiano, na divisa ent re os estados de Alago as e Pernambuco, a cidade de Paulo Afonso - a 460 quilômetros de Salvador e 480 quilômetros de Recife - tem atualmente uma população de pouco mais de 108 mil habitantes.
As histórias de criação e de desenvolvimento do município estão ligadas diretamente à presença do Rio São Francisco. Lá, o manancial foi e continua sendo o elemento fundamental de subsistência para toda a comunidade, que, nos últimos anos, vem aprendendo a explorar o turismo.
Os pacotes de viagem organizados na região apresentam programas relacionados às origens históricas (com referência à influência do cangaço e à presença de personagens do período). Saindo do Centro de Paulo Afonso e percorrendo 38 quilômetros (com acesso por uma estrada de terra), o visitante chega até a casa onde nasceu Maria Gomes de Oliveira, a cangaceira Maria Bonita.
O ecoturismo também é valorizado, como no passeio de catamarã pelo cânion existente no leito do " Velho Chico". Quem escolhe Paulo Afonso como roteiro de viagem tem uma experiência renovadora ao descobrir as riquezas naturais da paisagem cortada pelo Rio São Francisco.
Outro destaque é o Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso (Companhia Hidrelétrica do Rio São Francisco, a Chesf), presente no município desde 1949. Hoje, o complexo abriga cinco grandes usinas de energia - ocupando uma área de mais de 10 km2 -, que produzem cerca de 4,3 mil megawatts de energia elétrica, distribuídos para todo o país.
Na usina 4, que também está aberta à visitação, o turista encontra uma das maiores cavernas do mundo, com pelo menos 210 metros de extensão, 24 metros de largura e 55 metros de altura.
A bordo do catamarã
O passeio de catamarã é outra boa atração. Durante cerca de três horas, o turista tem a oportunidade de aproveitar a paisagem natural e terminar o tour com um mergulho. O cânion do São Francisco é formado por um grande vale profundo, encravado nas rochas areníticas, tradicionais na região.
A paisagem se completa com as encostas que se apresentam em diversas formas de relevo, formadas a partir da ação erosiva constante da água e dos ventos. Os paredões de granito medem 110 metros de altura e são habitados por vários animais nativos, como os macacos-prego, os lagartos e a espécie que a própria comunidade considera a mais radical da região: o bode. Ele chega a escalar toda a parede de pedra só para beber um pouco de água.