É tanto verde olhando lá de cima, de dentro do avião, que a vontade é descer logo no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Lagoa Santa, uma cidade aconchegada na Bacia do Rio da Velhas, a 37 quilômetros de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, não mede esforços para receber os visitantes. Há sempre um morador para explicar a origem do nome da cidade, seus moradores mais ilustres e até a história " pré-histórica" do município.
Com 45 mil habitantes, uma das principais características da cidade são os casarões em condomínios fechados, com terrenos de mil metros quadrados. Pela farta área verde e a sensação de paz, muitas famílias da região, em especial de Belo Horizonte, mantêm casas de campo na cidade. Porém, a intenção é mudar um pouco essa característica.
Com a abertura do Parque Estadual do Sumidouro, no dia 12 de maio, e a construção de um receptivo turístico na Gruta da Lapinha, que contará com um museu arqueológico de peças descobertas na região, o município pretende tornar-se um novo ponto turístico dentro de Minas Gerais. Para isso, além de ações para o turismo, a prefeitura está desenvolvendo um Plano Diretor que organizará o trabalho nas áreas de planejamento urbano e econômico para os próximos 20 anos.
Lagoa Santa é um município pacato, tranquilo, de um povo educado e acolhedor. Além das belezas expostas na superfície, tem muito a mostrar no subterrâneo. As formações encontradas nas grutas e cavernas são de tirar o fôlego, parecem esculpidas à mão.
O sol refletido nas lagoas, tanto no nascer quanto no por do sol são, impagáveis. Sem falar naquele sotaque " gostosim" e na comida que faz qualquer um ficar à mesa por muito tempo.
Visite também
- Lagoa Santa também é terra de artistas, principalmente artesãos. Entre a diversidade de criações, há até a imagem de Peter Lund esculpida em uma única tora de madeira. No município, segundo a Secretaria de Turismo e Cultura, há 15 artistas de renome, inclusive o Grupo Giramundo.
- Sabe quando a gente pensa " num trem bão"? Pois é, em Lagoa Santa, a primeira coisa que vem à cabeça é a comida, principalmente os doces. Se der uma passadinha por aquela região, não deixe de provar o doce de leite com pau de mamão, além do fi go e do limão recheados com o doce. Um lugar para encontrar tudo isso é a Feira Livre de Artesãos e Produtos Típicos.
Informações: www.lagoasanta.mg.gov.br
Parque Estadual do Sumidouro
Aberto à visitação desde 12 de maio de 2010, o Parque Estadual do Sumidouro é o encontro de dois biomas: a Mata Atlântica e o Cerrado. Da mesma forma que se pode encontrar árvores frondosas, de copas largas e altas, há também vegetação rasteira, com árvores pequenas de caules retorcidos.
Outro atrativo do parque é a Lagoa do Sumidouro. Vista de cima de um dos paredões de pedra, é de deixar qualquer pessoa de boca aberta. Mas só quando ela está cheia - em alguns períodos, toda a água some por baixo das pedras. E, claro, o parque abriga preciosidades do período pré-histórico de Lagoa Santa e região.
Em 1834, o dinamarquês Peter Wilhelm Lund chegou à região para fazer estudos na área de botânica e zoologia. Logo deparou com os primeiros fósseis de animais: uma preguiça gigante e um tigre dente-de-sabre. As ossadas datam entre 25 mil e 9 mil anos atrás.
Foi lá também que Lund encontrou o crânio do Povo de Lagoa Santa, de 9,7 mil anos atrás. Ficou comprovado recentemente, por pesquisas da Universidade de São Paulo, que este povo pré-histórico conviveu com os grandes animais extintos. Além dos fósseis, os paredões de pedra do parque têm preservados as inscrições rupestres da época.
Todos os achados de Lund foram enviados para o Museu de História Natural de Copenhaque, na Dinamarca. As visitas ao Parque Estadual do Sumidouro são monitoradas por guias da região.
Por que Lagoa Santa?
Ao chegar à cidade, logo descobre-se que o tropeiro Felipe Rodrigues chegou à região por volta de 1733 com pés e pernas machucados de andar na mata. Felizmente, encontrou uma grande lagoa para banhar-se. Depois de um tempo e vários banhos, estava curado das feridas. As águas da hoje Lagoa Santa chegaram a ser exportadas para Portugal, pelo poder curativo.