Para o bom entendedor de cerveja, meia palavra não basta. É preciso ver, degustar, sentir o cheiro. Como fazer? Pé na estrada. E nenhuma parte do planeta tem tanta diversidade da bebida quanto a Bélgica: são mais de 1,5 mil rótulos, entre industrializadas e artesanais.
Quem aprecia novidades e descobertas no mundo do lúpulo e da cevada descobre o paraíso em Bruxelas, capital do país. A cidade satisfaz gostos singulares e oferece variedade. Tem pilsen, de trigo, lambic, bock, stout, com frutas e até produzidas por monges. São tantas alternativas que as lojas de conveniência precisam de, pelo menos, duas geladeiras e várias prateleiras para acomodar garrafas das mais variadas cores, formas e proporções.
Escolher um bar para se acomodar e, com toda a calma, apreciar as especialidades da casa fazem parte da deliciosa cultura belga. Para início de conversa, um tour etílico em Bruxelas exige certa dose de informação.
Perca (ou invista) algumas horas em uma cervejaria artesanal ou em um museu para ter uma noção da indústria local. Uma opção é a Brewers House, localizada na Grand Place. A sede da associação dos cervejeiros belgas fica no subsolo, onde há instrumentos de fabricação de cerveja e vídeos sobre a linha de produção. Em seguida, o dono oferece degustação da Paradise, feita ali mesmo.
Tudo pronto para explorar o centro de Bruxelas em busca de pubs aprazíveis. Vale passar uma tarde no Chez Moeder Lambic. Com o sugestivo lema Beer is the answer ( Cerveja é a resposta), o local oferece mesinhas, cadeiras e guarda- sóis na área externa e bancadas de madeira no lado de dentro. O som ambiente é por conta do rockn roll.
As simpáticas garçonetes falam inglês com fluência e se mostram preparadas para apontar o melhor caminho. Afinal, são 46 opções de cervejas on tap (nas torneiras) e mais de 200 em garrafas. Uma dica: deixe de lado as belgas mais comuns, como Duvel, Chimay e Stella Artois, que podem ser encontradas em qualquer loja de conveniência, e opte por alguma mais suave das taps.
Se estiver acompanhado, evite escolher as mesmas marcas. Assim, é possível experimentar um maior número de cervejas. Certamente, cada gole será uma descoberta.
A partir desse ponto, dê espaço à ousadia. Chega a hora de explorar as engarrafadas. Só cuide para não se atrapalhar. Algumas delas custam 200, 250 euros. Mas não se assuste. Há cervejas artesanais na faixa dos 10, 15 euros. Entre elas, uma surpresa: a Tournay Noire, stout encorpada extremamente saborosa. A garrafa fica na mesa e descansa em uma cestinha de palha.
Assim como a maioria das cervejas belgas, o cliente bebe em um copo do próprio rótulo. No fim da tarde, melhor voltar ao hotel de metrô, táxi ou ônibus.