Instalada em um espaço de areia úmida em meio às pedras da Prainha, entre a Praia Grande e o Morro do Farol, Cátia Donaduzzi aproveitava a tarde de calor pós-expediente afastada da multidão. Como companhia, tinha apenas uma cadeira, uma bolsa, um chapéu, um livro e o barulho do mar.
A moradora de Novo Hamburgo costuma passar alguns períodos do ano em Torres, onde tem um apartamento. Nessas ocasiões, leva o trabalho para a praia:
— Estou de “beach office”. Como lá eu trabalho de manhã na empresa de sistemas de gestão do meu marido, consigo conciliar aqui também. Daí ele me deixou, voltou e eu fiquei, porque lá está insuportável o calor — justificou a assistente administrativa e financeira, de 57 anos.
Cátia afirmou que gosta de ir sozinha para a praia, mas destacou que, quando o marido está junto, é melhor. Às vezes, as filhas também acompanham o casal.
O local onde se instalou foi selecionado a dedo, porque não gosta de areia solta:
— Não gosto de sujeira e estou entrando em uma vibe de ioga. Aqui quase não passa ninguém, nem vendedores, então fico só ouvindo o barulhinho do mar, é muito bom. E eu gosto de ficar sozinha, curtindo a natureza.
Já a escolha pelo livro Filosofia e Biodança foi aleatória, porque era um que já tinha em casa e queria algo para ler no momento de descanso. Apesar de gostar bastante de leitura, Cátia apontou que é difícil conciliar com a rotina diária. Portanto, a praia é um bom momento para isso.
Para a gaúcha, a praia representa tranquilidade. Cátia relatou, inclusive, que pretendem se mudar para Torres futuramente.
— É qualidade de vida. Poder trabalhar de manhã e vir para cá curtir o mar de tarde é uma maravilha, nossa! Fazer isso todo dia é a nossa meta, tomara que dê — enfatizou.