Depois de uma noite de sábado (31) de chuva, o domingo (1º) começou com sol entre nuvens em Capão da Canoa, no Litoral Norte, e temperatura amena, de 23°C. No decorrer da manhã, as nuvens começaram a dispersar, convidando centenas de pessoas para aproveitar a véspera de feriado na beira da praia.
Pelas ruas, o trânsito e as poucas vagas para estacionar na Beira-Mar denunciavam o movimento intenso. No calçadão, muitas pessoas se exercitavam. Já na faixa de areia, a sensação era de um dia normal de veraneio, com dezenas de famílias na orla, cadeiras e guarda-sóis espalhados. Mesmo com a praia lotada, era possível manter o distanciamento entre as famílias – mas praticamente ninguém usava máscara.
O mar, com água limpa, permanecia vazio.
– Está gelado – justificou a vendedora Cristiane Kirch, de Bom Retiro do Sul.
Ela e o companheiro, o empresário Márcio da Silva, costumam a ir para Capão todos os anos e, desta vez, aproveitaram o feriado para fazer a viagem. Sem roupa de praia, o casal sentou bem próximo da água, onde apenas molhavam os pés.
– Saímos cedo para tomar chimarrão – disse Silva.
Hospedados em um hotel, a dupla diz que não encontrou dificuldade em encontrar acomodação, pois fez a reserva antecipadamente, já antevendo a grande procura para a data.
Há quatro anos sem visitar o Litoral, a assistente financeira Ani Pancaro escolheu a dedo o hotel onde iria ficar: na beira, com vista para o mar. Isso porque ela viajou com a mãe, Gelza Silva, que faz parte do grupo de risco.
– Trouxe ela para dar uma passeada, mas ela fica mais no quarto do hotel. Ela estava em casa há muito tempo, então, resolvemos sair. Peguei o quarto de frente para o mar para ela poder ter vista – relata.
Ani conta que até foi à praia, porém, ficou com receio em razão do movimento grande e retornou para o quarto, de onde observava o público da sacada.
Guarda-vidas em pontos centrais
Com a temperatura da água não muito convidativa, poucos se arriscavam em um mergulho. Ainda assim, os guarda-vidas estavam atentos à movimentação dos turistas. Conforme o sargento Gerevini, que trabalha no posto 76, apesar da quantidade grande de pessoas, não houve incidentes na área.
– Trabalhamos com a prevenção do afogamento, usando apito e alertando sobre os pontos perigosos – diz.
Pela região, há efetivo de guarda-vidas nos pontos mais centrais de Capão da Canoa, Capão Novo e Xangri-Lá.
Comércio satisfeito
O movimento típico de verão foi comemorado pelo comércio local, que ficou meses fechado em razão da pandemia. Aberto desde sexta-feira (30), o quiosque do Agedir tinha fila de espera para conseguir uma mesa com guarda sol.
– Está bom! Mas ontem, deixamos a desejar, pois muita gente ficou sem mesa – conta Maria Luiza Gomes, esposa do comerciante.
A dificuldade em atender todos os clientes é maior justamente pelas restrições sanitárias impostas. Maria Luiza fala que precisaria colocar cerca de 30 mesas na areia para suprir a demanda. No entanto, só pode instalar 16, a fim de manter o distanciamento entre elas.