Após cinco dias, foi retirado da beira-mar de Capão da Canoa, no Litoral Norte, um emaranhado de redes de pesca que estavam presas ao casco de um barco naufragado. O resgate ocorreu na tarde desta quinta-feira (26). A estrutura estava a cerca de 250 metros da areia, segundo os guarda-vidas, na área de lazer entre as guaritas 80 e 81, no limite com a praia de Atlântida.
— Esse barco naufragou na metade do mês (de dezembro), em Curumim. Na ocasião, ninguém se feriu, mas várias partes dele já foram encontradas — reforça o comandante da Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) no Litoral Norte, capitão João Cesar Verde Selva.
A embarcação de um pescador de Xangri-lá foi utilizada para chegar ao local em que a rede ficou presa. Uma corda puxada por uma retroescavadeira finalizou o trabalho, que durou mais de uma hora e contou com ao menos 10 militares.
Na quarta-feira (25), nadadores do Corpo de Bombeiros tentaram retirar o objeto através de um cabo, puxado por uma camionete, mas ele não resistiu e rompeu.
Desde sábado (21), a prática de surfe e de esportes aquáticos, como o kitesurfe, estava proibida no trecho de 150 metros.
— Para os banhistas não houve risco, pois a estrutura de pesca está cerca de 250 metros distante da praia — afirma o major Lucio Junes Lemes da Silva, comandante da primeira Companhia de Guarda-Vidas, responsável pelo patrulhamento de Torres a Xangri-lá.
Operação de retirada chamou a atenção
A mobilização à beira-mar para a retirada da rede de pesca chamou a atenção dos veranistas.
— De longe parecia uma baleia — comenta o empresário Marcelo Funk, 44 anos, ao se referir à parte da embarcação, visível desde a avenida Beira-mar.
Dezenas interromperam o descanso para acompanhar a operação.
— O risco é grande para os surfistas. Temos uma escolinha de surfe e o cuidado é grande, não vamos para a arrebentação, onde pode haver um acidente — alerta Neander Dahmer, 22 anos, trabalhador da escolinha Surf Basic.
Três bandeiras pretas, com uma faixa transversal alertando para "risco de morte" foram afixadas na areia para delimitar a área. Os surfistas foram orientados a procurar outro local para a atividade.
— Se prender, ela puxa a gente pra baixo. E daí, como sair? — questiona o surfista Anderson William, 21 anos, enquanto acompanha o trabalho de retirada do objeto.
Além de a estrutura estar em uma área impropria para a atividade, a pesca com rede está proibida desde 15 de dezembro, restrição que segue até a metade do mês de março.
— Se identificado, ele pode perder o ponto de pesca e a autorização para pescar. Além de sanções previstas em lei — explica o comandante da Patram Litoral Norte, capitão João Cesar Verde Selva.
Como será a cobertura de verão de GaúchaZH
Todos os anos, no verão, GaúchaZH envia equipe de reportagem ao Litoral Norte, principal destino dos gaúchos no veraneio. Reportagens de comportamento, tendências, condições de infraestrutura e o acompanhamento em tempo real do trânsito fazem parte de uma cobertura integrada que envolve Zero Hora, Diário Gaúcho, Rádio Gaúcha e RBS TV. Nessa temporada, nossos repórteres e profissionais de imagem terão duas bases desde quinta-feira (26) até 26 de fevereiro, Capão da Canoa e Tramandaí, mas circularão por todas as praias da região. Para enviar sugestões de pauta, escreva para maria.horn@zerohora.com.br ou rosangela.monteiro@zerohora.com.br.