Bandeiras cravadas à beira-mar alertam para as condições de banho no Litoral Norte - e, desde o dia 1º, chamam a atenção, também, para a presença de mães-d'água.
Resultado de um projeto pioneiro em parceria entre Operação Golfinho e a universidade Feevale, a bandeira de cor roxa cravado junto ao mar com os dizeres "Atenção: incidência de águas-vivas" indica aos demais banhistas a necessidade de cautela: alguém foi atingido por ali.
Distribuídas de Quintão a Torres, as 220 bandeiras - uma por guarita de salva-vidas - não servem apenas como orientação. A ideia é conscientizar os veranistas a registrarem casos de queimaduras em função do contato com as medusas. Após o fim da temporada, os ataques serão analisados pela universidade e encaminhados ao Corpo de Bombeiros para campanhas de prevenção.
- Iniciamos o monitoramento depois de uma grande incidência de pessoas atingidas por águas-vivas em janeiro - explica o comandante dos salva-vidas da Operação Golfinho, tenente-coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior. - Se houve um caso em um ponto, a probabilidade de que ocorram outros é muito grande porque, normalmente, elas não se deslocam sozinhas, mas em colônias.
Mães-d'água levam perigo à beira do mar
Até então, não havia a catalogação dos casos de mães-d'água no mar do Litoral Norte. Quando procurados após um ataque, os salva-vidas realizavam o primeiro atendimento (com aplicação de vinagre para aplacar a ardência e impedir que o veneno se alastrasse). E o serviço se dava por encerrado.
A iniciativa surgiu após uma visita do comandante dos salva-vidas da Operação Golfinho à praia do Cassino, em Rio Grande. No balneário do Litoral Sul, o monitoramento é feito há dois anos pela Secretaria da Saúde do município e pelos salva-vidas. No Litoral Norte, os dados serão compilados até 1º de março. No mesmo mês, o Centro de Pesquisa e Planejamento da Feevale pretende repassar ao Corpo de Bombeiros o resultado.
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- Esse questionário irá determinar o perfil das pessoas que se queimam e, também, a gravidade das lesões, para que, ao final desse processo, se tenham estatísticas para que os salva-vidas possam agir preventivamente - aponta a pró-reitora de Ensino da universidade, Denise Ries Russo. O investimento da Feevale no projeto é de R$ 60 mil.
Fui atingido. O que fazer?
- Procure a guarita de salva-vidas mais próxima.
- Os salva-vidas farão o primeiro atendimento, aplicando vinagre sobre a queimadura para amenizar a ardência e estancar que o veneno se espalhe.
- Depois do socorro, a vítima deve responder às perguntas dos salva-vidas para preenchimento de um formulário com 13 questões: se a ocorrência foi individual ou surto, qual a unidade de saúde de atendimento, o nome do paciente e da mãe, data de nascimento, dia da notificação, idade, sexo, endereço, telefone, local do acidente, partes do corpo atingidas e satisfação quanto ao atendimento.
- Conforme a dimensão da lesão ou a reação alérgica da vítima, os salva-vidas orientam que se busque atendimento médico.
- Com os dados de incidência de queimaduras causadas por mães-d'água entre 1º de fevereiro e 1º de março, serão organizadas estatísticas sobre os casos no Litoral Norte.
- Os índices servirão para que a Operação Golfinho, a partir do fim de 2015, promova campanhas de prevenção.