O Rio Grande de Sul apresentou em 2023 a menor porcentagem (14,4%) de gaúchos vivendo abaixo da linha da pobreza em uma década, conforme dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre 2014 e 2023 o Estado registrou oscilações de percentual, com momentos de aumentos e quedas significativas.
Apesar de períodos de alta nesse intervalo, a porcentagem de 2023 era o equivalente a 1,6 milhão de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Ou seja, 2,4 pontos percentuais (p.p) a menos do que a registrada em 2014, que era de 16,8% (1,8 milhão). Os dados consideram as definições do Banco Mundial para as linhas da pobreza e da extrema pobreza, que são de renda per capita ao dia de menos de US$ 6,85 (ou R$ 665 por mês) e menos de US$ 2,15 (ou R$ 209 por mês), respectivamente.
Os números não contemplam o ano da maior enchente da história do RS e revelam que o Estado vinha de um cenário positivo em relação à luta contra a pobreza. Depois de sete anos seguidos com mais de 2% da população vivendo na linha da extrema pobreza, o RS voltou a registrar o percentual na casa de 1%. Em 2023, 1,3% (147.673) dos gaúchos eram extremamente pobres, a menor porcentagem da última década.
Em 2015 o Estado registrava uma queda de 1 p.p, saindo de 16,8% para 15,8% (1,7 milhões). Já em 2018, o RS teve a maior porcentagem da sua população vivendo abaixo da linha da pobreza durante o intervalo de 10 anos. De acordo com o IBGE, na época, 19,5% (2,1 milhões) dos gaúchos viviam com uma renda per capita de menos de US$ 6,85 por dia.
No ano seguinte, o percentual volta a patamar similar ao registrado em 2015, 15,9% (1,8 milhão). Nos anos seguintes há uma crescente até chegar em 18,9% (2,1 milhões) em 2021, um ano após o início da pandemia de covid-19. Este foi o ano em que o RS teve seu maior percentual, para o período, de pessoas vivendo abaixo da linha da extrema pobreza. Conforme os dados, 2,9% (330.835) dos gaúchos viviam com uma renda per capita de menos de US$ 2,15 por dia.
Por fim entre o período acompanhado, o Estado registrou dois anos seguintes de queda, chegando, em 2023, ao seu menor percentual registrado nos últimos 10 anos.
A Síntese de Indicadores Sociais é o acumulado de primeiras visitas realizadas ao longo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) desde 2012. Se considerada toda a série disponível, os percentuais registrados no ano passado, seguem sendo os menores.