Morreu neste domingo (24), aos 85 anos, Antonio Jesus Pfeil, escritor, roteirista, cineasta, ator e cantor. O velório ocorre nesta segunda-feira (25), até às 17h, no Crematório do Cemitério São Vicente, em Canoas.
Nascido em Nova Santa Rita, então segundo distrito de Canoas, em 7 de outubro de 1939, ele passou a maior parte da vida em Canoas, cidade que amava e onde construiu grande parte de sua trajetória.
Formado nos colégios La Salle e Ruy Barbosa, em Porto Alegre, Pfeil sempre se descreveu como um espírito inquieto e irreverente. Após cumprir o serviço militar na Base Aérea de Canoas, partiu em busca de sua verdadeira paixão: as artes.
Teatro, televisão e cinema
Foi nos palcos do Teatro São Pedro, em 1960, que iniciou sua jornada artística, trabalhando ao lado de nomes como Nathalia Timberg e Leonardo Villar.
No Rio de Janeiro, nos estúdios da Herbert Richers, mergulhou no efervescente cenário do “cinema novo”, aprendendo com mestres como Roberto Farias e Douglas Fawley. Participou de diversas produções cinematográficas como assistente, mas a saudade de Canoas e da mãe, Dona Leda, o trouxe de volta.
Casado em uma cerimônia que marcou a cidade, ele consolidou sua vida no Rio Grande do Sul, dedicando-se à pesquisa cinematográfica e à televisão. Atuou no início da TV Gaúcha, no programa Grande Teatro Tevelar, e foi reconhecido por críticos como Paulo Emílio Salles por suas contribuições à história do cinema brasileiro.
Em 1973, participou como jurado do Festival de Cinema de Gramado, conquistando seu primeiro Kikito no ano seguinte com a obra Cinema Gaúcho dos Anos Vinte.
Carreira reconhecida
Sua carreira foi coroada por diversos prêmios e participações em filmes marcantes, como Um Certo Capitão Rodrigo, de Anselmo Duarte. Também representou o Rio Grande do Sul em eventos nacionais e internacionais, levando o nome de Canoas e da cultura gaúcha ao cenário brasileiro.
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, decretou três dias de luto oficial em homenagem ao legado de Pfeil, um dos maiores expoentes culturais da cidade.