O Rio Grande do Sul melhorou a abrangência da coleta de lixo, passando de 92,08%, em 2010, para 95,47%, em 2022. Apesar disso, o serviço continua sem ser realizado em 192 mil residências gaúchas, de acordo com os dados do Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), divulgados na última sexta-feira (23).
Em geral, o Estado traz bons números, tendo a quinta maior proporção de domicílios atendidos no país. Mas essa não é a realidade encontrada em todas as cidades, principalmente em 21 municípios gaúchos, onde menos de 50% das residências recebem o serviço de coleta de lixo.
É possível encontrar cidades com essa baixa proporção em quase todas as regiões do Estado, menos na Serra, onde apenas dois municípios possuem menos de 80% de cobertura. Já os municípios em que menos da metade dos domicílios possuem coleta de lixo se concentram, principalmente, no Norte, onde estão nove das 21 cidades.
Confira os municípios do RS com as 10 piores coberturas de coleta de lixo:
- Ubiretama (Região Missioneira): 31,33% possui coleta
- Rio dos Índios (Norte): 32,63%
- Floriano Peixoto (Norte): 34,44%
- Jacuizinho (Missioneira): 34,82%
- Chuvisca (Metropolitana): 35,17%
- Vitória das Missões (Missioneira): 36,20%
- Jari (Centro-oeste): 36,79%;
- Cruzaltense (Norte): 37,82%
- Segredo (Região dos Vales): 38,95%
- Carlos Gomes (Norte): 39,18%
Conforme o Censo 2022, em 180 municípios do Rio Grande do Sul, a coleta de lixo é realizada em 95% ou mais dos seus domicílios. Presidente Lucena, da Região Metropolitana, é a única cidade do Estado e uma das a nível de Brasil que atendem 100% das residências com a coleta de lixo.
Para onde vai o lixo não coletado
Além de verificar se os domicílios possuem coleta de lixo, durante as entrevistas do Censo, o IBGE também buscou identificar o destino dado aos resíduos quando não há o serviço de coleta. De acordo com os dados, o principal método alternativo para o descarte de lixo, utilizado pelos moradores do Rio Grande do Sul, é a queima do material.
São mais de 145 mil domicílios gaúchos que, por não serem atendidos pelo serviço de coleta, queimam o lixo dentro da sua propriedade. Isso representa 75,68% das residências que não recebem o serviço.
A segunda alternativa mais utilizada no Estado é a de enterrar os resíduos no terreno do domicílio. A prática é realizada em mais 26 mil residências gaúchas.
Além desses métodos, a falta de atendimento de coleta de lixo leva 3,4 mil domicílios a jogarem os resíduos em terrenos baldios, encostas ou áreas públicas.