Os índices de acesso a banheiros, coleta do lixo, abastecimento e canalização de água e esgotamento sanitário aumentaram em 12 anos no Rio Grande do Sul, segundo o Censo Demográfico 2022. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novos dados sobre as características dos domicílios nesta sexta-feira (23).
O estudo detalha o perfil de imóveis no RS: casas seguem como maioria das moradias e os apartamentos continuaram com a tendência de crescimento no número de unidades no Estado e no cenário nacional. As informações dessa etapa do censo estão desagregadas segundo a cor ou raça e os grupos de idade da população.
Banheiros e sanitários
O Censo 2022 investigou a existência de banheiros e sanitários no RS. No Estado, 99,60% dos domicílios - onde moravam 10.777.239 pessoas (99,63% da população) – tinham ao menos um banheiro de uso exclusivo, ou seja, disponível apenas pelos moradores do imóvel e seus hóspedes.
O resultado é melhor na comparação a 2010, quando 98,06% dos domicílios tinham ao menos um banheiro de uso exclusivo. Em 2022 havia 3.890 domicílios (0,09%) com apenas “sanitário ou buraco para dejeções, inclusive os localizados no terreno”, o que afetava 9.014 indivíduos. Já os imóveis sem banheiro nem sanitário representam 0,05% no estudo, com prejuízo a 5.030 moradores.
Banheiros e sanitários nos domicílios do RS
- Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio: 99,6%
- Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio - 1 banheiro: 69,14%
- Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio - 2 banheiros: 24,35%
- Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio - 3 banheiros: 4,72%
- Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio - 4 banheiros ou mais: 1,38%
- Apenas banheiro de uso comum a mais de um domicílio: 0,26%
- Apenas sanitário ou buraco para dejeções, inclusive os localizados no terreno: 0,09%
- Não tinham banheiro nem sanitário: 0,05%
Forma de abastecimento e canalização de água
Esse quesito indica que 86,64% dos domicílios do RS (3.687.424 unidades) tinham ligação à rede geral e a utilizavam como forma principal de abastecimento. Em 2010 eram 85,33% moradias.
Presidente Lucena, no Vale do Sinos, é onde há percentualmente mais domicílios ligados à rede geral e que a utilizavam como forma principal de abastecimento: 99,55%; Porto Alegre é o segundo, com 99,12%.
Porém, 9,21% (391.905 imóveis) não tinham ligação com a rede geral. Araricá é o município do RS com o menor percentual de domicílio ligados à rede geral – 87,34% –, mas é o líder (84,88%) com o abastecimento por poço profundo ou artesiano.
Segundo o IBGE, foram feitas alterações conceituais no quesito nos dois últimos censos. Por isso, os dados não podem ser comparados diretamente. Porém, acrescenta o instituto, “pode-se concluir que a comparação entre os dois recenseamento indica elevação da cobertura da rede geral de abastecimento de água no Brasil”.
O censo indica que em 99,35% dos domicílios do RS – onde moravam 10.816.723 pessoas em 2022 – a água chegava canalizada em torneiras, chuveiros, vasos sanitários localizados dentro da habitação. O resultado é um avanço na comparação ao último censo, quando 85,33% dos imóveis estavam conectados à rede abastecimento de água.
Forma de abastecimento de água no RS
- Rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede: 63,48%
- Rede geral ou pluvial: 44,27%
- Fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede: 19,21 %
- Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede: 21,37%
- Fossa rudimentar ou buraco: 12,98%
- Vala: 1,27%
- Rio, lago, córrego ou mar: 0,63%
- Outra forma: 0,22%
- Não tinham banheiro nem sanitário: 0,05%
Esgotamento sanitário
Nos domicílios onde havia banheiro ou sanitário, o levantamento investigou o tipo de esgotamento sanitário existente.
A situação mais encontrada no RS foram imóveis ligados à “Rede geral ou pluvial”: fazem parte do grupo 44,27% dos domicílios (1.884.070 unidades), onde moravam 4.656.671 pessoas (43,05% da população). "Fossa séptica ou fossa filtro Ligada à rede" – quando o esgoto primeiro passa por algum tipo de solução individual no domicílio e depois é destinado à rede geral – foi identificada em 19,21% dos domicílios (817.709 unidades).
O conjunto dessas duas categorias – “Rede geral ou pluvial” e “Fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede” – corresponde ao conjunto de domicílios conectados a algum serviço público que colete e afaste o esgoto domiciliar. Em 2022, 63,48% dos dos imóveis do RS eram atendidos por coleta de esgoto, o que beneficiava 6.746.283 pessoas.
Presidente Lucena é o município que percentualmente os domicílios têm a maior cobertura do quesito: 97,84%. Segredo, no Vale do Rio Pardo, é onde há menos imóveis com a ligação: 0,04%, enquanto “Fossa rudimentar ou buraco” equivale a 93,19% no município.
Segundo o IBGE, a comparação com operações censitárias anteriores permite constatar o crescimento das redes de coleta de esgoto no Rio Grande do Sul também ocorreu. Em 2000, o Censo Demográfico registrou que 26,33% da população residia em domicílios com esgotamento por rede, valor que passou para 46,64% em 2010, se expandindo para 62,37% em 2022.
Considerando o conjunto da população residindo em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica, os valores foram de 67,03% em 2000, 73,58% em 2010 e 84,85% em 2022
Esgotamento nos domicílios do RS:
- Rede geral ou pluvial: 44,27%
- Fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede: 19,21%
- Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede: 21,37%
- Fossa rudimentar ou buraco: 12,98%
- Vala: 1,27%
- Rio, lago, córrego ou mar: 0,63%
- Outra forma: 0,22%
- Não tinham banheiro nem sanitário: 0,05%
Destino do lixo
O censo informa que 95,47% dos domicílios do RS (4.063.197) tinham o lixo coletado em 2022: a maior parte – 82,58% – era coletada no domicílio por serviço de limpeza e 12,88% dos casos depositados em caçamba de serviço de limpeza.
Houve avanço na comparação ao último censo, quando 92,08% das moradias tinham lixo coletado no RS. Presidente Lucena é o único município gaúcho com 100% de coleta do lixo e um dos três no país com o percentual – os outros são Santa Cruz de Minas (MG) e Águas de São Pedro (SP).
Ubiretama, no Noroeste, é onde o lixo é menos coletado no Estado, com o serviço 31,33% dos domicílios. Porto Alegre tinha 99,46% do lixo coletado em 2022 – 81,36% por serviço de limpeza e 18,1% em depositados em caçamba de serviço de limpeza.
Destino do lixo nos domicílios do RS
- Coletado: 95,47%
- Coletado no domicílio por serviço de limpeza: 82,58%
- Depositado em caçamba de serviço de limpeza: 12,88%
- Queimado na propriedade: 3,43%
- Enterrado na propriedade: 0,63%
- Jogado em terreno baldio, encosta ou área pública: 0,08%
- Outro destino: 0,39%
Tipo de domicílio
Os dados indicam que as casas seguem como o grupo mais representativo entre os domicílios gaúchos. A coleta contabilizou 3.390.787 unidades do gênero ou 79,67% das 4.256.082 moradias no Estado. Esses espaços eram ocupados por 8.973.424 moradores (82,96% da população) em 2022.
O número indica aumento na quantidade absoluta no comparativo a 2010, quando havia 3.033.049 casas. Houve, no entanto, redução da porcentagem do grupo, que representava 84,26% dos domicílios em 2010.
O número de apartamentos cresceu 52,16% no Rio Grande do Sul em 12 anos, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23). Foram contabilizadas 800.157 moradias do tipo no Estado em 2022, 18,80% do total das residências. Em 2010, o grupo representava 525.858 unidades ou 14,61%. A diferença é de 274.299 domicílios entre os dois estudos.
Os apartamentos tiveram aumento de 462.180 moradores: eram 1.212.477 em 2010 e passaram para 1.674.657 pessoas em 2022, diferença de 38,11% no período.
Os apartamentos representam 49,55% dos domicílios de Porto Alegre, o que faz da Capital o quarto município brasileiro com a maior porcentagem, atrás apenas de Santos (SP), Balneário Camboriú (SC) e São Caetano do Sul (SP).
Tipo de domicílios no RS
- Casa: 3.033.049 (79,67%)
- Apartamento: 800.157 (18,80%)
- Casa de vila ou em condomínio: 60.465 (1,42%)
- Habitação em casa de cômodos ou cortiço: 3.581 (0,08%)
- Habitação indígena sem paredes ou maloca: não informado
- Estrutura residencial permanente degradada ou inacabada: 1.092 (0,03)