A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu o inquérito sobre o rompimento da ponte pênsil entre Torres, no Rio Grande do Sul, e Passo de Torres, em Santa Catarina, sem indiciamentos, apesar do entendimento de que a responsabilidade pela conservação da estrutura era do município catarinense. Outro inquérito, concluído pela Polícia Civil catarinense no começo de julho, também foi entregue sem indiciamentos.
A ponte rompeu na madrugada do dia 20 de fevereiro e causou a morte de Brian Grandi, de 20 anos. Outras 16 pessoas ficaram feridas. De acordo com a polícia gaúcha, a ponte rompeu devido a “péssima conservação” e pelo excesso de pessoas que retornavam de uma festa de carnaval em Passo de Torres e estavam sobre a estrutura. Laudos elaborados pelo Instituto-Geral de Perícias dos dois Estados atestaram as condições da ponte.
De acordo com nota divulgada pela polícia, não foi constatado indício de que o município de Torres tinha responsabilidade sobre a estrutura. A ponte foi construída pelo município de São João do Sul, do qual Passo de Torres era distrito. Documentos como licitações, convênios e vistorias apontam que o município de Passo de Torres era responsável pela manutenção.
O inquérito foi remetido ao Poder Judiciário, com a sugestão de remessa dos autos ao Judiciário de Santa Catarina após vista pelo Ministério Público.
O trabalho de investigação da polícia catarinense chegou à conclusão semelhante. De acordo com o delegado Andre Gazzoni Coltro, que assina o inquérito, “houve uma sobrecarga excessiva de pessoas em cima da ponte, bem acima do número indicado, as quais, em grande medida, fizeram uso inadequado dela ao balançar e pular, somado ao fato de a ponte estar em má condição estrutural, sem que a Prefeitura Municipal de Passo de Torres fizesse a manutenção adequada, ocasionando assim a ruptura de um cabo e a queda de todas as pessoas que estavam sobre ela”.
Conforme o relatório, entretanto, não foi identificada uma “responsabilidade por parte de algum agente público ou particular na queda da ponte que, através de sua conduta ou omissão, por si só, tivesse dado causa ao acidente”. Foram ouvidos políticos, engenheiros e testemunhas que estavam no momento da queda.