Apesar da previsão de chuva, centenas de fiéis acordaram cedo nesta sexta-feira (7) para participar de uma procissão até o Cristo Protetor, em Encantado, no Vale do Taquari. O trajeto, de 9 quilômetros, se iniciou às 5h30min na Igreja São Pedro.
Ao longo da procissão, moradores de Encantado reproduziram imagens representativas de diferentes momentos da Via-Sacra, que foram desde a condenação de Jesus até o momento em que ele é crucificado. No total, foram 14 estações, cada uma ocupada por habitantes de uma comunidade do município.
Na sétima estação, coube ao aposentado Benjamin Sangalli, 74 anos, encenar Jesus carregando a cruz. Segundo o morador do bairro Jardim da Fonte, o convite veio da paróquia.
— É a primeira vez que estou fazendo essa encenação. Esperamos que a cada ano melhore um pouco e que a gente vá aperfeiçoando as coisas — ressalta o idoso.
Ao seu lado, a dona de casa Maristela dos Passos, 50 anos, foi destacada para fazer o papel da Virgem Maria.
— A gente sempre ajuda a comunidade quando tem algum evento. Inclusive, já fiz a Maria na nossa comunidade quando foi o Dia de Maria, então, já tinha até a roupa — comenta Maristela.
A bancária Leina Camini, 28 anos, mora no município de Capitão, a cerca de 10 quilômetros de distância de Encantado, e foi com a mãe participar da procissão. As duas pediram uma graça ligada à saúde de familiares.
— É a primeira vez que estou participando, mas eu já tinha visitado o Cristo Protetor antes, quando iniciaram a construção. Acho que a gente precisava disso, até pela espiritualidade. A gente se motiva mais a participar, a viver a fé — analisa a jovem.
Na procissão, pessoas de todas as idades caminhavam em direção ao Cristo. Adolescentes de um grupo jovem da comunidade de São Caetano, em Arroio do Meio, ficaram curiosas e foram participar.
— É cansativo, mas é legal. Eu nunca tinha experienciado uma procissão, então resolvemos vir — conta Maria Eduarda Zignani, 15 anos.
A amiga Maria Eduarda Wolk, 13 anos, já conhecia o Cristo Protetor, mas também topou fazer a caminhada.
— Já tivemos passeios sobre esses assuntos, acampamentos e seminários lá em Arroio do Meio — recorda a jovem.
A professora encantadense Margareth Fraport Fachi, 60 anos, participou da procissão pelo segundo ano consecutivo, e celebra o sucesso do Cristo Protetor.
— Existe um Encantado antes do Cristo e outro depois. Estamos orgulhosos e felizes, porque o movimento que estamos tendo na cidade é espetacular — comemora Margareth, que fez a procissão para agradecer pela cura de um familiar que ficou 52 dias na UTI.
A estátua do Cristo Protetor tem 43,5 metros de altura e fica no topo de um morro, de onde é possível ver a cidade de Encantado e outros municípios vizinhos. Para novembro, está prevista a entrega de empreendimentos no entorno, como lojas, uma fonte e uma capela.