O papa Francisco viajará ao Bahrein de 3 a 6 de novembro para participar em um fórum de diálogo entre Oriente e Ocidente, tornando-se o primeiro sumo pontífice a visitar este país na Península Arábica, anunciou o Vaticano nesta quarta-feira (28).
— Ao receber o convite das autoridades civis e religiosas, o papa Francisco fará uma viagem apostólica ao Bahrein de 3 a 6 de novembro — disse Matteo Bruni, diretor do serviço de imprensa do Vaticano, em nota.
O papa visitará as cidades de Manama e Awali em sua viagem ao chamado Fórum para o Diálogo: Oriente e Ocidente para a Convivência Humana, diz a nota.
Em meados de setembro, ao ser questionado sobre suas próximas viagens, o papa, de 85 anos, afirmou durante seu retorno do Cazaquistão que seu joelho "ainda não estava curado", mas que considerava uma visita ao Bahrein.
É a primeira vez que um pontífice visita este país insular do Oriente Médio, que tem uma população de cerca de 1,2 milhão de habitantes, em sua maioria muçulmanos.
O Bahrein inaugurou em dezembro de 2021 a maior igreja católica da península arábica, a Catedral de Nossa Senhora da Arábia, a um quilômetro e meio de uma grande mesquita e próxima a um poço de petróleo no sul do país.
Segundo estimativas do Vaticano, existem cerca de 80 mil católicos no Bahrein, principalmente trabalhadores asiáticos da Índia e das Filipinas.
A agência de notícias da Santa Sé, Vatican News, lembra que os 2,5 milhões de católicos no Bahrein, Kuwait, Catar e Arábia Saudita, muitas vezes trabalhadores estrangeiros, nem sempre têm liberdade para praticar sua religião e, portanto, são muitos os que visitam regularmente o Bahrein.
Na inauguração da catedral, o papa argentino enviou uma carta ao rei Hamad Bin Issa Al Khalifa para agradecer.
O soberano, que o papa Francisco recebeu em audiência em 2014 e 2020, respondeu expressando seu "grande desejo de ver o pontífice no Bahrein" e reafirmando "sua intenção de promover uma abertura cada vez mais ampla do país para pessoas que não seguem a religião muçulmana".
O Kuwait foi o primeiro país da região a formalizar suas relações com o Vaticano em 1968.
O Iêmen fez o mesmo em 1998, Bahrein em 2000, Catar em 2002 e os Emirados Árabes Unidos em 2007. A Arábia Saudita e Omã ainda não estabeleceram relações diplomáticas formais com o Vaticano.
O chefe dos católicos não deixa de defender a tolerância religiosa e a convivência pacífica dos crentes, especialmente no mundo muçulmano.
Ele já visitou Jordânia, Turquia, Bósnia e Herzegovina, Egito, Bangladesh, Marrocos, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Cazaquistão, entre outros lugares, em setembro deste ano.
* AFP