O Censo 2022 completa uma semana nesta segunda-feira (8), e parte dos recenseadores ainda não foi paga pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No último sábado (6), o órgão federal admitiu, em uma nota publicada nas redes sociais, haver atraso nas diárias de 44 mil trabalhadores no país. Desses, 2,85 mil são contratados para atuar no Rio Grande do Sul.
— Além do dinheiro, estou aguardando uniforme e os equipamentos. Mas não sei quando, até isso tá atrasado – relata uma contratada para atuar em Canoas, na Região Metropolitana, que pediu para não ter seu nome divulgado.
O IBGE reforça que cerca de 10% do público com valores a receber concluiu as aulas na semana de 1º a 5 de agosto, e que, mesmo sem terem sido pagos, estão no prazo estabelecido para reembolso, que é de cinco dias após o final do curso de qualificação. Já os outros 2,6 mil integram a lista de cadastros que receberão em atraso.
Os dados foram informados à reportagem pelo IBGE, responsável pela pesquisa e pelo pagamento aos agentes.
Valores chegam a R$ 200
O instituto afirma que, além dos 2,85 mil, há 6 mil profissionais que já frequentaram as aulas e tiveram os débitos quitados. O IBGE promete colocar a folha em dia até sexta-feira (12) e garante que não há risco de o projeto ficar sem verba para ser finalizado – o prazo previsto para visita aos 75 milhões de domicílios é de três meses.
As diárias oferecidas variam conforme a população da área de atuação: R$ 40 para cidades com ao menos 100 mil habitantes e R$ 20 para locais com população abaixo dessa faixa. Pelos cinco dias de treinamento, o valor devido é de R$ 200 nos casos de Porto Alegre e dos maiores municípios gaúchos.
— Tem gente desistindo, por medo de não receber — diz um recenseador da Capital que também prefere não ter o nome informado por medo de ser prejudicado.
Pesquisa ainda não começou em 76,5% dos locais definidos
Também a pedido da reportagem de GZH, o IBGE informou o andamento da pesquisa no RS: até o fim da manhã desta segunda-feira (8), o trabalho havia alcançado 23,5% dos 25 mil setores definidos no Estado – setor é uma região variável, que pode corresponder a um bairro, quarteirão, rua ou até mesmo a um condomínio, dependendo do número de moradores.
Nos 76,5% de locais que ainda não receberam recenseadores estão cidades inteiras, como Alvorada, Arambaré, Itati, Mariana Pimentel e Três Forquilhas. O mapa tem 52 municípios gaúchos com 0% dos trabalhos realizados.
O levantamento começou no dia 1º de agosto e vai até 31 de outubro, prorrogável caso haja dificuldade no acesso aos entrevistados.
Prestar informações aos agentes é obrigatório por lei, e importante para traçar um perfil da população. Os dados servirão de base para identificar problemas sociais e econômicos dos brasileiros.
O servidor pode ser identificado pela roupa: boné azul com o emblema “Censo 2020”, colete do IBGE e crachá com QR Code. Caso o cidadão queira, ainda pode acessar este link para confirmar que aquele é um recenseador oficial, digitando matrícula, CPF ou RG do trabalhador.