Aos 71 anos, o professor de matemática Regis Gonzaga morreu nesta quarta-feira (22), em Porto Alegre. Nascido em 5 de janeiro de 1950, no município de Taquara, o docente faleceu às 17h30min, em sua residência, em função de uma cardiopatia isquêmica.
O velório ocorrerá na Capela 5 do Angelus Memorial e Crematório (Av. Porto Alegre, 320), das 10h às 14h, na quinta-feira (23). Será aberto ao público, porém, a entrada será controlada: poderão entrar 10 pessoas por vez.
Além de professor, Gonzaga era presidente voluntário da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, criada por ele e sua esposa Diza Gonzaga em 13 de maio de 1996, em homenagem ao filho, que morreu aos 18 anos, no ano anterior, em um acidente de trânsito.
Em nota, a instituição lamentou a morte de Gonzaga: "É com tristeza em nossos corações que informamos o falecimento do nosso fundador Regis Gonzaga. Marido, pai, avô e professor, mais do que ensinar matemática, ele fez da sua missão educar para a vida. Foram mais de cinco décadas em salas de aula e 25 anos à frente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, ao lado da esposa, Diza Gonzaga. Por tudo isso, obrigado, Tio".
Matemático formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Gonzaga foi fundador e professor do Grupo Educacional Unificado, permanecendo mais de 50 anos em sala de aula.
Como palestrante e conferencista, participou de congressos e eventos compartilhando tanto sua experiência como educador quanto o trabalho da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Para plateias jovens, sensibilizava sobre a importância do protagonismo juvenil na construção de uma sociedade melhor e na desmistificação da "cultura do herói".
O professor deixa a esposa, com quem teve seis filhos (Larissa, Carolina, Paula, Gérson, Vicente e Thiago), além de cinco netos.
Colega de Gonzaga por mais de 30 anos, o professor de Química Luiz Ferrari, diretor da Rede Educacional Gabarito, conta que o amigo era uma pessoa grandiosa e solidária, que ajudava todos a sua volta, e que nunca conheceu alguém como ele:
— O Regis era uma daquelas pessoas com quem todo mundo deveria ter convivido. Ele fez a gente gostar de ser professor, nos ensinou que ser professor é estar de bem com a vida, sempre sorrindo, estar do lado do aluno e não contra ele.
O "Tio", como era carinhosamente chamado por alunos e amigos, tinha o costume de chamar os estudantes de "criaturas". Ferrari afirma que todos adoravam suas aulas, que estavam sempre lotadas, e que até mesmo os outros professores gostavam de assisti-lo.
— Ele era um professor extraordinário, ninguém ensinou matemática como ele. Ele fazia a matemática ser linda, agradável — emociona-se o colega, que logo explica: — Não estou triste, estou emocionado em falar dele, porque a gente não fica triste de falar do Regis, tristeza é uma coisa que não combina com ele.
Pelas redes sociais, muitos colegas, amigos, ex-alunos e perfis de cursos pré-vestibular lamentaram a morte de Gonzaga. O Unificado comunicou a partida de um dos seus fundadores e atual professor por meio de nota: “Se o mundo da educação entristece e encolhe com sua perda, nós, que carregamos seu legado, não podemos deixar de sentir o enorme vazio que sua falta deixará. Dono de um carisma incomparável, o Tio Régis tornava o aprendizado de matemática leve e descontraído, sem perder o foco de seu objetivo maior: fazer seus ‘sobrinhos’ alcançarem seus sonhos e de quebra tornarem-se pessoas melhores”.
Também em nota, o Conceito Vestibulares disse que, nesta quarta, todos perderam um grande mestre: “Regis nunca deu aula no Conceito, mas foi professor e colega de muitas pessoas que compõem nossa equipe. Seu legado jamais será esquecido por aqueles de alguma forma conviveram com o ‘tio’. Nossos sentimentos aos familiares e amigos”.
A Gabarito Rede Educacional prestou uma homenagem, afirmando que “poucas pessoas no Rio Grande do Sul alcançaram a grandeza de Regis Gonzaga”. “Mais do que um professor de matemática, o 'Tio’ foi um mestre de professores. Símbolo de uma geração que ressignificou a profissão e pai que curou sua dor acolhendo a dor de outros pais. O G(a)barito tem o orgulho de lhe ter tido como professor e acima de tudo como mestre”, diz o texto.