Produto básico de higiene, o absorvente é um item que falta na vida de muitas pessoas que menstruam, sejam mulheres ou transexuais. A distribuição gratuita havia sido aprovada pelo Senado, mas foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (7).
Reportagens de GZH mostram como a falta de acesso a absorventes torna precário um momento natural da saúde feminina, transformando o período em motivo de vergonha, com risco à saúde - há casos em que, pela falta do produto, muitos recorrem a folhas de jornal ou papelão e até miolo de pão para conter o sangramento.
A distribuição gratuita dos absorventes era uma proposta do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, sancionado por Bolsonaro, que vetou justamente os trechos que previam que o produto seria entregue a estudantes de baixa renda matriculadas em escolas da rede pública de ensino, além de mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade social extrema e presidiárias e adolescentes internadas em unidades para cumprimento de medida socioeducativa.
Os recursos financeiros para a distribuição de absorventes sairiam do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo Penitenciário Nacional, mas o governo entendeu que ambos não poderiam atender a proposta.
Fundadora do Absorventes do Bem, criado em maio deste ano em Porto Alegre para distribuir absorventes a mulheres que moram nas ruas, Maria Helena Sarquiz lamenta que o presidente da República tenha vetado a oferta gratuita do produto. Na sua avaliação, o lado positivo é que, ao menos, está vindo à tona para discussão o fato de que várias mulheres não têm condições básicas de passar pela menstruação.
— Acredito que, pelo menos, está se levantando o tema. Precisamos falar sobre isso, porque aí os políticos vão começar a compreender todo o problema. Não é o absorvente em si, é questão de dignidade humana — diz.
Em sua interpretação, deixar de oferecer absorventes de forma gratuita com o argumento de que o SUS não pode pagar é um tiro que sai pela culatra, já que, com a falta do produto, muitas mulheres se submetem a materiais não indicados para reter o sangramento.
— E os problemas que isso causa? O SUS vai ter que pagar. A mulher fica doente, fica com infecção, acaba gerando mais despesar para o SUS — observa.
Veja, abaixo, como colaborar com projetos que fazem a distribuição gratuita de absorventes na Capital:
ONG Dia do Amor – Porto Alegre
Recebe doações de absorventes e itens de higiene pessoal.
Contribuições financeiras: Dia do Amor (Banco do Brasil Ag 4612-4 CC 26201-3. Chave PIX - CNPJ 36287.872/ 0001-20
Contato pelo Instagram @diadoamor, pelo site www.diadoamor.org.br e pelo fone (51) 9 9961-0402
Mais Empatia – Porto Alegre
Entrega kits de higiene, incluindo absorventes, para pessoas em situação de rua
Chave do PIX: igorcarbonim@gmail.com
Pontos de coleta e mais detalhes para a entrega pelo Instagram @maisempatiapoa
Projeto Sobre Nós – Porto Alegre
Recebe doações de roupas, absorventes e alimentos não perecíveis
Chave do PIX 51 98050-5328
Entregas podem ser feitas na Avenida Desembargador André da Rocha, 216, no Centro Histórico
Mais informações pelo Instagram @sobrenos_poa
Absorventes do Bem – Porto Alegre
Doa absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Contato pelo perfil no Instagram (@absorventesdobem) que divulga ações e facilita doações a projetos que precisam.