Nos primeiros dias da atual Operação Verão, o Rio Grande do Sul registrou aumento de 24% no número de salvamentos. O Corpo de Bombeiros ressalta que foram 180 casos — mesmo durante o período de distanciamento social — contra 145 na temporada anterior. Os guarda-vidas alertam que as praias estão mais vazias durante a semana, mas nos sábados, domingos e feriados o público tem sido semelhante ao de épocas anteriores, e o que mais preocupa é o comportamento diferente do banhista: mais imprudente e ingressando em locais mais remotos para fugir dos avisos sobre aglomeração.
Segundo o major Isandre Antunes, chefe de operações do Corpo de Bombeiros no Estado, dos 180 casos entre 19 de dezembro de 2020 e 7 de janeiro, na quinta-feira (7), 140 foram no Litoral Norte, 27, no Sul, e 13, em águas internas. O litoral todo registra aumento neste verão, mas as águas internas tiveram redução de salvamentos na comparação com os primeiros 20 dias da temporada passada. Foram 105 casos no Litoral Norte, 12 no Sul e 28 em águas internas.
Até agora, a praia que mais teve resgates no mar foi Torres, mas é a guarita 76, em Capão da Canoa, que teve o maior registro de pessoas sendo salvas — seis casos. Além disso, ocorreram dois óbitos em área da atuação dos guarda-vidas no Estado, tendo sido apenas um na temporada anterior.
O número de pessoas que morreram afogadas neste verão chega a 22, incluindo áreas sem cobertura da Operação Verão ou fora do horário de atendimento.
Comportamento imprudente
Ainda sobre salvamentos, se for comparar o dia 7 de janeiro de 2021 com o mesmo dia do ano passado, o Estado registrou 15 salvamentos na quinta-feira, sendo 13 no Litoral Norte e dois no Sul. No verão anterior houve apenas quatro resgates neste mesmo dia, mesmo sem distanciamento social.
O major Antunes diz que se nota atualmente um comportamento diferente do banhista. Tem menos gente na praia devido à pandemia causada pelo coronavírus, mas isso só vale para os dias da semana, tendo um público grande e mais imprudente aos sábados, domingos e feriados.
Segundo ele, é o típico banhista que quer aproveitar o mar em poucos dias, sem se importar com alertas de risco e condições do mar. Outros, para fugir das prevenções dos guarda-vidas sobre aglomeração, se unem em áreas mais remotas e acabam se afogando, pois aumenta o tempo de resposta para o socorro.
— Não há dúvida que o público (que vai para a praia para ficar) de uma semana ou mais tempo, ele é mais tranquilo. Se chover, ele vem no outro dia, se a bandeira indica risco, se tem buracos ou correntes, ele retorna em outro dia com melhor condição. Já o público de fim de semana não dá tanta importância para esse tipo de atuação, ele entra no mar com qualquer condição, e isso é um comportamento considerado de alto risco, aumentando muito o nosso trabalho — diz Antunes.
As aglomerações têm sido mais frequentes em Capão da Canoa, Xangri-lá e Imbé, apesar de registro em várias outras praias. Com isso, os guarda-vidas tiveram que adotar novas medidas, aumentando prevenção e intervenções, bem como ações diretas de proteção para tentar reduzir o aumento do número de atuações de resgate em áreas mais distantes, inclusive fora da região de cobertura das guaritas.
Salvamentos
Operação Verão 2020/2021 (De 19 de dezembro até 7 de janeiro)
- Salvamentos: 180
- Litoral Norte: 140
- Litoral Sul: 27
- Águas internas: 13
- Mortes: 2
- Praias
- Torres: 24 salvamentos
- Capão da Canoa: 23 salvamentos
- Quintão: 14 salvamentos
Operação Verão 2019/2020 (Primeiros 20 dias)
- Salvamentos: 145
- Litoral Norte: 105
- Litoral Sul: 12
- Águas internas: 28
- Mortes: 1