O clima do Rio Grande do Sul gera um problema recorrente durante o inverno: o excesso de umidade, que deixa as paredes e o piso das residências molhados e causa mofo em roupas e móveis. De acordo com a Somar Meteorologia, essa condição é ocasionada principalmente pelos ventos que sopram do oceano para o continente e pelo corredor que traz grande suporte de umidade da Amazônia para o sul do Brasil.
A previsão é de que essa hóspede indesejada permaneça, no mínimo, até o final de julho — com destaque para quinta (16) e sexta-feira (17), quando a umidade relativa do ar deve ficar acima de 90% e 70%, respectivamente. O meteorologista Fabio Luengo explica que o índice deve variar, mas não tende a baixar muito, ficando em torno de 60% no decorrer do mês.
Segundo Rômulo Plentz Giralt, professor e pesquisador do Laboratório de Conforto Ambiental da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), grande parte das edificações não tem isolamento adequado para o frio, e isso intensifica os problemas em relação à umidade alta.
— Em semanas de muito frio, a casa também esfria. Quando o frio vai embora e dá espaço a uma massa de ar quente, a tendência é abrirmos a casa para ventilar, mas o ar quente pode ser úmido e, quando ele entra nos ambientes, condensa nas superfícies resfriadas, fazendo "verter" água das paredes e do chão — explica.
Além do clima, atividades realizadas dentro de casa, como tomar banho quente e cozinhar, geram umidade. O professor afirma que a ventilação é a maior aliada contra esse problema, por isso, é importante permitir a circulação de ar através das aberturas — o que fica mais difícil durante o inverno.
Veja, abaixo, dicas para amenizar os efeitos da umidade em casa:
- Tente manter a casa quente. Para isso, pode-se investir em calefação ou utilizar ar-condicionado, lareira ou fogão a lenha;
- Caso não consiga manter o ambiente quente, evite abrir a casa imediatamente quando uma onda de calor aparecer após períodos de muito frio e chuva;
- Nos dias secos de inverno, procure abrir a casa no horário mais quente (perto do meio-dia) para deixar o sol entrar e o ar circular;
- Na cozinha, é importante ter um sistema de exaustão, que retira a umidade do ambiente enquanto os alimentos estão sendo preparados. Uma outra alternativa é deixar as janelas abertas durante o processo de cozimento;
- O banheiro é um dos ambientes mais afetados, por isso, após um banho quente é fundamental abrir a janela e a porta para deixar o vapor sair. Quem não tem janela no banheiro deve contar com exaustores, além de manter a porta aberta o máximo possível;
- Nos armários e guarda-roupas, pode-se utilizar antimofos — recipientes desumidificadores de ambientes, disponíveis em supermercados. Dependendo da umidade do local, é preciso trocar com maior ou menor frequência. Também é indicado abrir as portas dos armários durante algumas horas, mexer nas roupas e mudar os cabides de lugar para ajudar na circulação de ar;
- Não tente secar a parede com panos, pois a técnica não funciona e pode danificar a pintura, dependendo do tipo de tinta utilizada;
- Tinta antimofo pode ser usada na casa toda e é uma boa solução para as paredes internas, já que impedem o bolor e conservam a pintura.
E se o mofo aparecer?
- É preciso limpar o mofo antes que ele se espalhe nos rejuntes e no teto. No banheiro e na cozinha, pode-se utilizar uma esponja macia com água e sabão neutro;
- Se o mofo impregnar no material, será necessário tomar medidas mais drásticas, como descascar, lixar e passar produtos impermeabilizantes;
- Nas roupas, use um pano com vinagre ou álcool para retirar as manchas e depois lave normalmente.