Muito comuns nesta época do ano, os cupins já começaram a dar as caras em diversas residências na Capital. Moradores de alguns bairros já relatam uma série de prejuízos causados pela infestação do inseto, que tem um apreço especial por madeira ou outros materiais à base de celulose.
Professora do laboratório de Controle de Insetos da Faculdade de Agronomia da UFRGS, Simone Munbstock Jahnke explica que o mês de fevereiro marca o início da chamada revoada, período de acasalamento dos cupins. O fato de estarmos no verão também contribui para a cenário.
— Nesta época do ano, os machos e as fêmeas reprodutoras saem voando de dentro das colônias para encontrar parceiros e copular. Formam-se, assim, novas colônias. Isso ocorre em períodos quentes, normalmente antes das chuvas. Por isso, é tão comum encontrar esse cupins com asas em todo lugar — explica a docente.
Após o acasalamento, tanto o macho quanto a fêmea acabam perdendo as asas, motivo pelo qual é possível achá-las pelo caminho. O tempo em que a revoada acontece varia de acordo com a espécie, mas, em geral, segundo Simone, termina em março.
O que fazer
Guilherme Zarichta, aplicador técnico de Controle de Pragas da empresa Mata Cupim, orienta que o proprietário avalie os estragos. É preciso ser feito um pente fino nos móveis, aberturas e forros da casa para localizar possíveis furinhos ou farelos granulados – este último caracteriza os resíduos fecais dos cupins.
Se a infestação for localizada, podem ser usados inseticidas domésticos especiais para esse tipo de inseto. É importante sempre ficar atento às informações do fabricante.
— Caso seja uma infestação abundante, o ideal é chamar uma empresa especializada em controle de pragas. Assim, é efetuada a descupinização com o método mais adequado e uso de cupinicidas com princípio ativo correto — explica Zarichta.
Para situações em que a revoada esteja acontecendo dentro das casas, Zarichta orienta deixar uma luz ligada ou a janela aberta. Segundo ele, os animais se sentem atraídos pela luz, e assim podem deixar o local.
– O único problema é que essas revoadas são feitas apenas pelos cupins com asas, enquanto os que estão na fase ninfa ainda permanecem se alimentando do móvel. Vem daí a necessidade de tratar o móvel infestado ou fazer a retirada do mesmo caso esteja em situação precária – acrescenta.
Como se prevenir
O técnico da Mata Cupim salienta que a prevenção é a melhor ferramenta no combate a pragas. Tanto para quem sofre todo ano quanto para quem não quer passar pela situação, o ideal é a instalação de telas em janelas para evitar que o inseto entre nas residências.
Por a madeira ser um dos principais alimentos do cupim, é recomendável que o proprietário pincele verniz em móveis ou em aberturas com tonalidades mais claras, principalmente as que sejam feitas de pinus ou eucalipto.
— Estas possuem mais celulose do que as demais e são um alvo fácil. Se a madeira é tratada, é mais difícil o cupim conseguir se instalar — afirma Zarichta.
O ideal, antes de iniciar uma construção ou se mudar, é fazer uma descupinização preventiva nas madeiras e aberturas, completa.
Se um móvel é afetado, devo jogar fora?
Nem sempre. Para evitar danos materiais, é importante que o móvel esteja com a devida proteção. A "cura" só fica difícil caso o objeto esteja em estado crítico, com rombos, grandes buracos e praticamente sem madeira.
– O inseto não deixa resquícios caso a madeira seja criteriosamente tratada e receba injeções de cupinicida em suas galerias — finaliza o técnico.