Porto Alegre vai exalar inovação, empreendedorismo, economia colaborativa e criatividade entre os dias 16 e 18 de agosto. A programação do BS Festival reunirá mais de cem palestrantes que transitam por diversas áreas do conhecimento, desde a gastronomia até o futuro do trabalho. Além dos bate-papos, que buscam promover o compartilhamento e a democratização de ideias inovadoras, serão realizadas ações ligadas à arte e à tecnologia.
O evento foi ampliado este ano. Agora, serão três dias de programação, e as atividades, que antes eram restritas ao 4° Distrito, chegam até o Centro Histórico. No sábado (17), o dia será voltado para o conteúdo com palestras em 10 locais diferentes. Já no domingo (18), a Casa de Cultura Mario Quintana receberá atividades abertas ao público em geral como exposições interativas, shows, intervenções artísticas, feira de design entre outros.
O co-fundador do Black Sheep Project, Wayner Bechelli, diz que as ações são pulverizadas nesses dois polos da cidade porque o propósito é incentivar a ocupação dos espaços. Ele afirma ainda que um dos valores norteadores desta edição do BS Festival é a diversidade:
— Quando temos um debate com diversos pontos de vista, chegamos a uma solução mais inovadora. O Brasil é um país plural, tem inúmeras características diferentes e acreditamos que este seja um ponto positivo para nosso desenvolvimento e prosperidade.
O BS Festival 2018 é promovido pelo Black Sheep Project e Grupo Austral, com patrocínio do Grupo RBS .
O poder de Karol Conka
O painel de abertura do BS Festival, No país da diversidade: o que esperar do futuro?, contará com a presença de Grazi Mendes, Head of People da ThoughtWorks Brasil, e da rapper curitibana Karol Conka, artista com quem a reportagem de GaúchaZH conversou.
Teu penúltimo clipe, o Vogue do Gueto, dialoga muito com a diversidade e tu a exaltas ao cantar: "Deixa ela andar como quer, deixa ele ser quem quiser. Não importa se é homem ou mulher, branco ou preto o que der e vier". O que te motiva a levantar e defender esta bandeira no trabalho?
Desde pequena fui muito observadora e notava que uma das coisas que mais deixa o mundo um caos é a falta da autoestima, respeito e empatia. Então, uso minha música com uma forma de informar as pessoas de que existe um caminho mais leve, mesmo a vida sendo dura. E que se a gente enxergar as pessoas como seres humanos e que cada uma vive do jeito que quiser, a vida fica mais fácil.
O Brasil é formado por uma maioria negra, aproximadamente 54% da população, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, essas pessoas se encontram em uma posição marginalizada e de escassez de oportunidades ainda hoje. A que tu creditas isso?
A população negra e pobre é muito subestimada, e as pessoas não conseguem entender que existe uma força maior. Os assuntos que giram em torno dessas pessoas são sobre sofrimento, como se não tivéssemos oportunidades de crescer. Aí nos ensinam sempre a pensar pequeno, a aceitar migalhas. Por isso, é importante os artistas se posicionarem e amplificarem a voz dessas pessoas.
A mídia em geral tem sido cobrada para trazer para os holofotes as cores, os gêneros, os corpos e as classes que compõem o Brasil. Você acredita que estamos entrando num caminho de mudança?
Estamos um momento de calor e fervor para que haja mudança mesmo. Às vezes, parece que as mudanças são sempre maquiadas. Porque, quando olhamos a internet, conseguimos perceber o quanto o racismo ainda está aí. O melhor jeito para lidar com isso é por meio da informação, da conversa calma. A educação no Brasil está ficando cada vez mais estraçalhada. A gente tem que se informar, se unir e lutar contra.
O que se pode esperar de um futuro que carrega e aplica a lente da pluralidade?
Eu sempre tenho esperança, gosto de pensar positivo. Quando falo de diversidade e do coletivo é para amenizar as frustrações que vivemos. Trocar uma ideia, conversar, respeitar a existência do outro em sua completude é andar na direção da construção de uma sociedade mais evoluída.
Serviço
O que: BS Festival 2018
Onde: Nau Live Spaces – Rua Moura de Azevedo, 594. (Local de credenciamento)
Quando: 16 a 18 de agosto
Ingressos: R$ 190 (3º lote - individual); R$ 150 (3º lote - grupos)
Informações e ingressos: bsfestival.com.br
Confira alguns destaques do festival
Lau Patrón — TEDx speaker e atualmente curadora do evento TEDxUsininos. Abordará a força de transformação que a diversidade carrega.
Mahatma Marostica — Co-Founder na MOBILIS - Mobilidade Sustentável. Falará sobre a revolução modal que tem ocorrido no Brasil e no mundo.
Sabrina Fidalgo — Eleita em oitavo lugar pela publicação norte-americana “Bustle” como uma das 36 diretoras de cinema de todo o mundo que estão mudando paradigmas em seus respectivos países. Seus filmes já foram exibidos em mais de 300 festivais nacionais e internacionais. Abordará como se dá a relação entre o audiovisual e profissionais negras
Confira a programação completa da Casa RBS durante o BS Festival:
Sábado (17/8)
9h – Cápsula: 5 comportamentos do presente que vão impactar a relação entre pessoas e marcas no futuro, com Ana Paula Kremer
10h30 – Intraempreendedorismo: é uma escolha da organização ou do indivíduo?, comGabriela Pezzi
12h – Re-construindo marcas mais verdadeiras – o case Gol, com German Carmona Junior
13h30 – Colaboração como chave para inovação, com Camila Leães
15h – Curto-circuito da emoção: uma hora terá que sentir a sua vida, com Fabrício Carpinejar
16h30 – Design, emoção e som, com Time Hibe e Sound Thinkers
18h – Tendências não-óbvias: decodificando conversas emergentes, com Vanessa Mathias e Luciana Bazanella