Correção: entre 11h11min e 12h49min desta segunda-feira (26), foi publicado saldo diferente do depositado. O texto já foi corrigido.
Um empresário de São Leopoldo acordou bilionário, mas voltou para a cama já sabendo que não poderia colocar a mão na quantia. No dia 11 de abril, Márcio Zucchetto, 51 anos, consultou o extrato de sua conta na Caixa Econômica Federal, como faz diariamente, e descobriu que o saldo havia saltado de R$ 988 para R$ 1 bilhão. Consciente do faturamento de sua empresa, que produz e vende pigmentos para plásticos, ele não se iludiu.
— Me assustei, mas sabia que o dinheiro não era meu. Só podia ser um erro. Pelo menos, fui bilionário por um dia. Vou fazer um quadro do extrato — brinca, relembrando que, assim que chegou ao trabalho e contou sobre o depósito, recebeu inúmeros pedidos de empréstimo.
Este é o segundo caso de depósitos vultosos somente neste mês. No Rio de Janeiro, o designer Paulo de Oliveira se tornou o homem mais rico do Brasil ao ter depositado R$ 120 bilhões, também pela Caixa. Para o carioca, a situação foi ainda pior, pois o sistema bloqueou a sua conta devido à transação considerada suspeita.
A assessoria da Caixa informou, em nota, que uma "inconsistência no sistema", registrada no dia 12 de abril, causou erro no demonstrativo de saldo de alguns clientes. O número de pessoas afetadas não foi informado.
Dinheiro na conta por quatro dias
Após o espanto com a quantia na conta, o empresário de São Leopoldo procurou o gerente do banco, que lhe explicou ter sido um erro do sistema. Zucchetto conta que o bancário lhe disse que os juros de tal valor seriam de cerca de R$ 150 mil se fosse aplicado na poupança.
— Eu levaria umas cinco, seis vidas para ganhar esse valor todo — pensa Zucchetto.
A quantia foi estornada quatro dias depois, tempo suficiente para a família brincar com o que poderia fazer com a bolada. A esposa de Zucchetto, Rosangela Moura, confessa que não pensaria duas vezes em fazer as malas para girar o mundo:
— Hoje quero jantar uma massa na Itália. Tomar um café em Paris, quem sabe...
Os filhos, de 10 e 15 anos, foram os mais empolgadas com a montanha de dinheiro.
— O pequeno já estava cheio de ideias, foi o que mais se divertiu com a ideia de ser bilionário — afirma o empresário.
Risco de processo se usar o dinheiro
A Federação Nacional dos Bancos (Febraban) orienta que, nesses casos, o titular da conta entre em contato com o banco e, quando possível, com quem fez o depósito por engano. Nos casos em que a instituição bancária comete o equívoco, ela mesma realiza a operação de estorno, tão logo o erro seja identificado.
Caso o dinheiro tenha sido utilizado, o correntista pode sofrer um processo judicial para devolução dos valores.