Apesar de GaúchaZH ter localizado vários homossexuais que decidiram casar ou antecipar o casamento por causa da eleição de Jair Bolsonaro, cartórios da Capital e do interior do Rio Grande do Sul afirmam não ter notado aumento na procura pelo serviço nos últimos dias.
Foram consultados sete cartórios de Porto Alegre e também a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen). O presidente da Arpen, Arioste Schnorr, encaminhou mensagens para um grupo de WhatsApp que reúne os cartórios de todo o Estado, e o veredito foi que a rotina não teria mudado depois da eleição.
— Na prática, não houve alteração na demanda — diz Schnorr.
Os cerca de 10 casos de casamentos decididos por causa do resultado da eleição, levantados por GaúchaZH a a partir de contatos com apenas dois grupos LGBT, no entanto, já representariam um impacto significativo na estatística. No ano passado, a média de casamentos homoafetivos no Rio Grande do Sul foi de apenas 20 por mês.
No total, foram 249 uniões formalizadas, um aumento de 13% em comparação com 2016, que teve 220 casamentos. Em 2015, foram 211. Em termos nacionais, somaram-se 5,9 mil uniões homoafetivas no ano passado, um número insignificante na comparação com os casamentos hétero, que ultrapassaram a marca de um milhão.
Os números
No Brasil, em 2017, foram realizados 5.887 casamentos entre pessoas de mesmo sexo
No RS (2017)
Janeiro: 14
Fevereiro: 15
Março: 20
Abril: 17
Maio: 23
Junho: 28
Julho: 21
Agosto: 13
Setembro: 23
Outubro: 21
Novembro: 29
Dezembro: 25
RS, ano a ano
2013 – 150
2014 – 212
2015 – 211
2016 – 220
2017 – 249