Em silêncio, a professora Gelsa Arisi, 61 anos, ingressa pela porta principal do prédio de 50 metros quadrados, localizado na praça central de Ametista do Sul, no Extremo Norte do Estado. De olhos fechados, em um canto do estabelecimento, Gelsa põe as mãos sobre a parede e mantém-se imóvel por quase um minuto. O ritual se repete nas outras três extremidades. A cada parada, ela permanece concentrada. Uma música celta instrumental é o único som no ambiente. Durante as orações, o marido de Gelsa, Leonardo Arisi, 66, a filha, Liliane, 38, o genro, Fabiano de Oliveira, 43, e a neta, Letícia, 11, circulam silenciosamente no sentido contrário ao da matriarca. No fim do ritual, a professora convida a família para sentar-se ao redor dela na borda da abertura em formato quadrado, feita exatamente no meio da construção. A espécie de caixa contendo minerais recolhidos no próprio município é usada por quem deseja repousar os pés, descalços ou não, antes de finalizar a visita. Ali, sentados sob a luz da lua cheia, que ajuda a iluminar ainda mais o grande salão através do teto de vidro, os Arisi ficam por alguns minutos contemplando as estrelas.
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