No dia de voltar ao Brasil, em julho de 2017, depois de uma imersão de dois meses na China, o funcionário público e artista plástico Carlos Ciprandi, 52 anos, morador de Planalto, no extremo norte do Rio Grande do Sul, teve a certeza de que estava renascendo. Sentindo-se pronto para colocar em prática um sonho acalentado por duas décadas, deixou para trás todos os pertences levados na viagem. Estava decidido a voltar apenas com a roupa do corpo. No lugar dos calçados, das outras peças de roupa e das possíveis lembrancinhas para os familiares, encheu as três malas com 230 itens feitos de bambu: de calculadora a óculos, um de cada. A nova bagagem ainda contou com uma bengala, trazida nas mãos, e um chapéu, também fabricados com a planta. O material, reunido a partir das próprias compras no país e dos presentes recebidos, teria o mesmo destino: completar o futuro Museu do Bambu, o primeiro no Brasil dedicado a mostrar a versatilidade da planta — em toda a América Latina só há outro com a mesma temática, localizado na Colômbia.
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