Aprovado pela Câmara dos Deputados da Argentina no último dia 14, o projeto de lei que descriminaliza o aborto no país vizinho já tem data para ser discutido no Senado. Conforme o jornal argentino Clarín, a casa deve votar sobre a interrupção voluntária da gestação no dia 8 de agosto.
Na Câmara, a sessão histórica durou cerca de 22 horas e teve 129 a favor, 125 contra e uma abstenção. Enquanto isso, nas ruas de Buenos Aires, milhares de mulheres faziam vigília e vestiam verde manifestando apoio à legalização do aborto até a 14ª semana de gestação.
Segundo as estimativas, 500 mil abortos clandestinos são feitos todos os anos na Argentina. Cerca de 60 mil resultam em complicações e hospitalizações. E muitas mulheres – a maioria pobres ou do interior – morrem por causa de abortos mal feitos. Atualmente, a legislação argentina só permite o aborto em casos de estupro ou se a vida e a saúde da mãe correrem risco.
Desde 2007, sete projetos de lei legalizando o aborto foram apresentados. Este é o primeiro que foi votado. Se for aprovado, as mulheres terão o direito a abortar livremente até completar 14 semanas de gestação. Depois disso, somente em casos de estupro, se a vida e saúde da mãe estiverem em risco ou se o feto sofrer uma malformação incompatível com a vida fora do útero.