Um painel sobre distúrbios do sono e seus desdobramentos fez alguns alertas na manhã deste sábado, no Congresso Mundial do Cérebro, que se realiza na Fiergs: os pesquisadores alertaram para a negligência em relação ao sono, que pode provocar agravamento nos índices de acidentes e até de suicídios.
O painel foi coordenado por Gilmar Fernandes do Prado, chefe do setor de Medicina do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O psiquiatra Luiz Henrique Junqueira Dieckmann, também pesquisador da Unifesp, fez o alerta sobre o sono.
– Alterações no sono podem fazer com que problemas emocionais fiquem mais agudos, e isso tem relação com aumento no índice de suicídios – disse ele, ressalvando que a depressão não necessariamente é a causa da inclinação suicida, que muitas fezes se deve até mesmo a questões genéticas.
Monica Levy Andersen, também da Unifesp, relacionou o trabalho estafante à ausência de sono. Citou exemplos de acidentes provocados pela fadiga e elogiou a atitude de um piloto de avião que cancelou o voo, em 2014, alegando aos passageiros que, por estar com sono, não teria condições de trabalhar.
A neurologista Magda Lahorgue Nunes, do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, na PUCRS, falou sobre sono e mortalidade em crianças e adolescentes. Enfatizou a importância de diagnósticos e tratamento dos distúrbios do sono, alertando para o comportamento e temperamento na vida escolar.
A pesquisadora Lenise Jihe Kim, da Unifesp, que fez sua formação em Biomedicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), diz que 60% dos brasileiros têm problemas de sono.
– Há custos-benefícios importantes em tratar os problemas do sono – alerta, referindo-se aos diversos problemas de saúde que os distúrbios de sono podem provocar se não forem combatidos.