Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que cerca de 15% dos brasileiros têm alguma necessidade especial. O atendimento qualificado de pacientes com problemas neuromotores, de aprendizagem, com doenças sistêmicas crônicas e até mesmo dificuldades psicossociais e transtornos emocionais será tema do Simpósio sobre Pacientes com Necessidades Especiais dentro do 30° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, que será realizado de 28 a 31 de janeiro.
Especialista na área, Leda Mugayar irá coordenar o simpósito. Para ela, um trabalho de dessensibilização é fundamental para que se estabeleça uma relação de confiança e uma sensação de conforto, por parte do paciente, favorecendo o tratamento.
- A dessensibilização geralmente envolve um processo de exercícios que incluem massagem, estimulação, relaxamento e contato. Além de permitir que o paciente se acostume a ser tocado, é importante para a redução do estresse e ansiedade, que a ida ao cirurgião-dentista pode gerar, além da necessidade de permanecer de boca aberta por tempo suficiente, ouvir o som do 'motorzinho', ser anestesiado, e das sensações durante o processo. Enfim, trata-se de um grande impacto sensorial que precisa ser compreendido, monitorado e minimizado pelo profissional especializado - esclarece Leda.
Outra medida essencial apontada pela cirurgiã-dentista é implementar a saúde oral a partir da prevenção de cáries e doenças que acometem a gengiva, bem como o conhecimento de fatores orais ou bucais que afetam a saúde geral e vice-versa. De acordo com Leda Mugayar, como a cárie é uma doença infectocontagiosa, é preciso saber que o quadro é resultado de quatro fatores: bactéria, dieta, imunidade e tempo.
- A dieta ideal para reforçar a imunidade e manter uma boa saúde oral inclui muitos vegetais, frutas, legumes, leite, carne, queijo e cereais. Carboidratos, refrigerantes e doces devem ser evitados. Até mesmo os xaropes que contêm muito açúcar devem ser substituídos na medida do possível - diz a especialista.
Leda alerta para a necessidade de educar pais e cuidadores numa primeira instância e, com o passar do tempo, os pacientes, para que se chegue a uma odontologia pronta para interagir da melhor forma possível com eles, suas famílias e a comunidade que os envolve.
Atendimento especializado
Tratamento odontológico especial para deficientes é tema de discussão em congresso internacional
Foco está em procedimentos para criar uma relação de confiança e de conforto com o paciente
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