Uma selfie, muitas vezes, não fica exatamente como o esperado. E às vezes você até tira uma foto de algo que considera inútil, mas fica inibido de publicar nas redes sociais por medo de ser julgado. Pensando nestas duas situações, usuários de todo o mundo estão entrando na onda do "Finstagram", ou seja, um "Fake Instagram" (Instagram falso, na tradução), que procura mostrar a vida do usuários como ela realmente é.
A proposta, que surgiu há mais de dois anos nos Estados Unidos, voltou a ser assunto nas redes sociais nesta semana. No Twitter e no Facebook, usuários discutem sobre a real necessidade deste tipo de perfil — que é nada menos do que um reflexo honesto da vida dos internautas. Nestes perfis, as pessoas publicam selfies sem maquiagem, fotos do chão ao derrubar um ovo ou poses estranhas. Estes posts devem ser publicados com a tag #nofilter ou #priv.
No Brasil, esta tendência está crescendo com a criação de perfis com o final "priv", além da hashtag característica. Por exemplo: caso sua conta no Instagram seja "julio", sua conta secundária será "juliopriv". A diferença é que este perfil não aparece ao ser buscado na aba "Explorar" (veja abaixo como fazer isso) e, na próprio bio, a pessoa detalha que é uma página bloqueada e que possui fins de conteúdo para amigos mais íntimos.
Os utilizadores
No Brasil, essa tendência ainda está em crescimento. Já nos Estados Unidos, a febre já existe há mais de dois anos, mas ganhou uma nova repercussão graças a publicações de sites de entretenimento. Segundo uma apuração realizada pela revista Elle, o Finstagram é mais comum entre meninas adolescentes, que buscam publicar imagens em sua conta privada antes de divulgarem no perfil público com milhares de seguidores.
A publicação norte-americana conversou com Sussmann (nome fictício), de 18 anos, que publicou mais de 800 imagens em 70 semanas em seu "finsta", sendo que seu perfil original possui somente um terço dessas mesmas fotos.
— Meu "rinsta" (como é chamado o perfil público) é um filtro de mim, é como muitas vezes eu quero que as pessoas me vejam. É onde eu pareço bem em minhas fotos, estou feliz e estou me divertindo. Meu "finsta" mostra muito mais,porque é genuíno, e também me mostra triste, assustada, bêbada ou envergonhada — disse à Elle.
Já segundo apuração do The Guardian, na Inglaterra, a tendência é vista com perigo — afinal, qualquer um desses seguidores privados poderiam fazer uma captura de tela e compartilhar em outro local.
— É bom saber que posso relaxar em algum lugar. Diariamente, fazemos isso na vida real, mas eu acho que não é uma opção nos dias de hoje na internet. Mesmo assim, você ainda tem que tomar cuidado com os delatores do "finsta" e escolher bem quem te segue — pontua Josh, outro adepto, ao jornal.
Como criar
Um "finstagram" nada mais é um perfil com configurações específicas de privacidade. Ou seja, basta fazer um novo perfil, acessar a aba de configurações do Instagram (os três pontos no canto superior direito do perfil) e ir até "Conta privada".
Assim, apenas os seguidores podem ver suas imagens. Além disso, é recomendável que o usuário também desative a opção "sugestões para seguir" de terceiros, para evitar que o perfil seja encontrado.
Repercussão
Nas redes sociais, diversos usuários comentaram o fenômeno; veja algumas das publicações:
"Finstagram é tão estúpido e você não pode rir de algo que estiver lá"
"O pânico de que você postou uma selfie estranha no seu 'rinstagram' ao invés de ser no seu 'finstagram'"
"olá para meus seguidores do finstagram vendo minhas Stories, eu vejo vocês, então não sejam lisos de evitar o retorno"
"Alguém mostrou meu finstagram ao meu irmão e ele achou que eu estava sendo vítima de bullying na internet. Eu sou, mas comigo mesma"