A Fórmula E volta ao Anhembi com o show dos carros elétricos. A emoção em alta velocidade foi constante com disputas acirradas, ultrapassagens surpreendentes, trocas de liderança, acidentes e a decisão apenas na penúltima curva da última volta. Depois de várias tentativas, Sam Bird, da McLaren ultrapassou Mitch Evans, da Jaguar. Oliver Rowland, da Nissan, fechou o podium. Apenas meio segundo separou os três primeiros.
As três longas retas com redutores de velocidade ao final e as 11 curvas sinuosas do circuito de quase três quilômetros exigiram habilidade dos pilotos e força dos carros das 11 equipes. O circuito também ajudou a regeneração de energia para as baterias da terceira geração dos monopostos elétricos. Para complicar, a temperatura chegou a 62°C na pista.
Dos brasileiros, Lucas Di Grassi, da equipe ABT Cupra, terminou na 13ª posição e Sérgio Sette Câmara, da equipe ERT ,foi 16º, sofreu uma punição e foi desclassificado após o final da prova.
Últimas curvas
O vencedor, Sam Byrd, que durante a semana revelou que desejava vencer a prova pilotando uma McLaren na terra de Ayrton Senna ficou emocionado:
— Eu disse no rádio: "Acho que ele está com dificuldades" e me disseram para esfriar o carro, e então vi os pontos de elevação e pensei bem, olhe, é agora ou nunca. Eu tenho que ir. Ele defendeu o interior e me deu espaço suficiente do lado de fora para fazer algum tipo de movimento. Não sei o quão perto estava da parede, mas foi uma corrida justa e conseguimos.
O piloto da Jaguar TCS Racing, Mitch Evans, disse que ficou feliz por Sam, que teve algumas temporadas difíceis, e por vê-lo vencer novamente com suas novas cores. — Ele fica bem em laranja – estou super feliz por ele — comentou.
Ponderou que — a vitória estava ali. Eu simplesmente não tinha energia, então ele teria me colocado na linha de qualquer maneira, eu era um alvo fácil —disse.
O terceiro lugar de Oliver Rowland no E-Prix São Paulo garantiu o segundo podium consecutivo para a Nissan Formula E Team no Campeonato Mundial de Fórmula E da ABB FIA 2023/24.
O piloto britânico largou em 11º, avançou para o sétimo e no final passou para o quinto para na ultima curva, em uma ultrapassagem sensacional, conquistar o terceiro lugar.
Para o piloto foi uma corrida louca que exigiu muito em termos de temperaturas.
— Na última volta vi os dois pilotos da frente lutando muito, o que me permitiu alcançá-lo, e simplesmente fui na última curva e conquistamos a posição na corrida para a linha de chegada, o que foi incrível para nós — falou.
Regeneração de energia
O movimento nos boxes foi intenso. Depois da tomada de tempo para a largada, a área foi liberada para visitação. O que também ocorreu com o local do podium para os pilotos.
A corrida também marcou a primeira vitória do carro Nissan e-4ORCE 04, com a NEOM McLaren Formula E Team conquistando um pódio duplo para a Nissan como fabricante, destacou o diretor geral da Nissan Formula E Team, Tommaso Volpe.
Emerson Fittipaldi, Felipe Massa e o ex-chefe da Fórmula-1, Bernie Ecclestone, participaram do evento no Sambódromo. O ex-campeão elogiou a pista e como os pilotos administraram os pneus com tanto calor.
— Foi necessário muita administração dos pneus, de energia, muita tecnologia e estratégia de competição. A pista tem uma reta muito longa, muito rápida. Chega a 280 km/h. É muito veloz. É uma pista difícil fisicamente —
Felipe Massa conduziu Sam Bird, Mitch Evans e Oliver Rowland ao podium em um carro elétrico.
O gerenciamento e a regeneração da energia durante a corrida estão entre as principais preocupações da equipe. Tommaso Volpe destaca a importância do esporte e da tecnologia para transferir o conhecimento para os carros de rua. Para ele, a Formula E é perfeita para avançar o conhecimento com uma conexão forte em relação ao setor automotivo e à atividade principal da empresa.
O desenvolvimento constante da tecnologia de armazenamento e regeneração de energia é fundamental na Fórmula-E e todo avanço é transferido e avaliado pela montadora japonesa.
A Nissan pretende eletrificar todos os novos veículos comercializados até o início da década de 2030, nos principais mercados. A montadora japonesa pretende usar sua expertise na transferência de know-how e tecnologia entre as pistas e as ruas, para oferecer veículos elétricos ainda melhores aos seus clientes.
Resultado do E-Prix de São Paulo 2024
- Sam Bird (GBR/McLaren) - 53min3s071
- Mitch Evans (NZE/Jaguar) - a 0s564
- Oliver Rowland (GBR/Andretti) - a 3s540
- Pascal Wehrlein (ALE/Porsche) - a 3s629
- Jake Dennis (GBR/Andretti) - a 3s722
- António Félix da Costa (POR/Porsche) - a 5s567
- Jean-Eric Vergne (FRA/DS Penske) - a 6s006
- Stoffel Vandoorne (BEL/DS Penske) - a 6s817
- Max Günther (ALE/Maserati) - a 8s085
- Sebastien Buemi (SUI/Envision) - a 8s610
- Sacha Fenestraz (FRA/Nissan) - a 9s277
- Edoardo Mortara (SUI/Mahindra) - a 9s762
- Lucas di Grassi (BRA/ABT) - a 10s819
- Nyck de Vries (HOL/Mahindra) - a 13s677
- Jehan Daruvala (IND/Maserati) - a 14s379
- Sérgio Sette Câmara (BRA/ERT) - a 17s511
- Dan Ticktum (GBR/ERT) - a 17s884
- Norman Nato (FRA/Andretti) - a 18s889
- Robin Frijns (HOL/Envision) - a 19s124
Classificação dos pilotos
- Nick Cassidy (Jaguar TCS Racing) - 57 pontos
- Pascal Wehrlein (TAG Heuer Porsche) - 53 pontos
- Mitch Evans (Jaguar TCS Racing) - 39 pontos
- Jean-Eric Vergne (DS Penske) - 39 pontos
- Jake Dennis (Andretti) - 38 pontos
Classificação das equipes
- Jaguar TCS Racing - 96 pontos
- TAG Heuer Porsche - 61 pontos
- DS Penske - 57 pontos
- NEOM McLaren - 55 pontos
- Andretti - 47 pontos
*O editor viajou a convite da Nissan