Polo Track repete as características que consagraram o Gol. O hatch compacto mantém a robustez, a versatilidade, o comportamento e o baixo consumo de combustível do ícone lançado nos anos 80 mas com tecnologia atualizada à realidade atual. O modelo de menor preço da Volkswagen manteve os recursos de segurança do Polo mas perdeu itens de conforto. Rodamos 500 quilômetros com um Volkswagen Polo Track que tem preço a partir de R$ 81.370, sem opcionais.
No momento em que o governo federal promete anunciar no Dia da Indústria, nesta quinta-feira (25), incentivos ao carro popular para reduzir o custo, aumentar a produção e facilitar a compra para movimentar a cadeia automotiva, o Polo Track, o modelo de menor preço da Volkswagen, poderá ser beneficiado. A expectativa é da redução da carga tributária e das margens das montadoras e concessionárias.
O Polo Track foi desenvolvido para substituir o Gol que foi lançado em 1980 e por 27 anos consecutivos foi o carro mais vendido no país. Montado sobre a plataforma MQB-AO, o Track ganhou detalhes visuais e internos exclusivos e atualizações na suspensão. Para reduzir o custo teve a simplificação de equipamentos e perdeu alguns itens de conforto existentes no Polo MPI.
O grupo óptico halógeno, incluindo as luzes diurnas (DRL), a grade tipo colmeia e o para-choque são exclusivos.
As rodas são de 15 polegadas em ferro com calotas plásticas e pneus 165/85 R15.
As lanternas traseiras são das demais versões do Polo e o para-choque imita um extrator. Os logotipos Track são adesivados.
Interior despojado
O Track mantém as dimensões do Polo. Comprimento de 4,07 metros, largura de 1,75 m e altura de 1,47 m. A distância entreeixos é de, 2,57 m. O interior revestido em plástico tem detalhes texturizados e tons diferenciados. O espaço é bom para condutor e acompanhante na frente e para dois adultos atrás.
Direção elétrica, volante multifuncional e ar-condicionado, o quadro de instrumentos é o mesmo do Polo MPI com velocímetro e conta-giros analógicos e tela em cristal líquido. Os bancos dianteiros com encosto de cabeça integrado são revestidos em tecido e o do condutor tem ajuste de altura.
Os retrovisores externos têm ajustes manuais. Os vidros dianteiros são elétricos e os traseiros manuais. O rádio Media Plus II, AM/FM conta com Bluetooth e entradas USB. O hatch conta com quatro airbags, Isofix e o porta-malas leva 300 litros.
Como o bom Gol
O comportamento do Polo Track nas ruas e estradas seguiu as limitações do motor de motor de três cilindros 1.0 aspirado que privilegia o consumo de combustível. O propulsor gera de 77 cv de potência e força (torque) de 9,6 kgfm (gasolina) a 84 cv e força de 10,3 kgfm (etanol) distribuídos pela transmissão manual de cinco marchas na tração dianteira.
O Polo Track acompanhou o fluxo urbano tranquilo com condutor e acompanhante. Com quatro ocupantes sentiu o peso e exigiu mais a troca de marchas para ultrapassagens. O mesmo ocorreu nas rodovias, principalmente acima dos 100 quilômetros por hora.
A direção elétrica garantiu perfeito controle do hatch. Macia, respostas rápidas, facilitou a condução e as manobras. Nas ruas, principalmente nos espaços restritos ou nos limitados dos estacionamentos. Nas estradas, também reagiu bem nas ultrapassagens em velocidades mais elevadas.
A estrutura reforçada e o isolamento acústico ajudaram o baixo nível de ruído que aumentou e acompanhou a rotação do motor em velocidades mais elevadas. A reverberação foi reduzida no paralelepípedo.
Como o robusto, bom e velho Gol, o Track desconheceu o pavimento deteriorado ou as irregularidades como buracos, lombadas e quebra-molas, comuns nas nossas ruas e estradas. O comportamento adequado foi resultado dos ajustes na suspensão com a novos amortecedores recalibrados e dos pneus 185/65 R15.
Na estrada, em velocidades mais elevadas, foi mínima a oscilação da carroceria. Os controles de estabilidade e tração, o bloqueio do diferencial e assistente de partida em rampa facilitaram a condução e aumentaram a segurança.
O consumo de combustível foi bom e ficou próximo ao indicado pelo Inmetro de 13,5 km/l na cidade e 15 km/l na estrada com gasolina. Nossas médias ficaram de 11,9 km/l a 14,6 km/l na cidade, de 14,2 km/l a 18,2 km/l a velocidade constante de 80 km/h e de 13,4 km/l a 14,9 km/l a 110 km/h.
Conclusão
O Polo Track cumpriu o desafio de substituir o bom, antigo e ícone Gol. Com a plataforma, a estrutura e o conjunto propulsor atualizados, o comportamento do hatch repetiu a robustez, a versatilidade e o bom consumo do carro que foi o mais vendido no país por 27 anos seguidos. Manteve os recursos de segurança do Polo MPI mas perdeu equipamentos de conforto para redução do preço, mesmo assim longe do chamado carro popular.
Perfeito para rodar na cidade, o Track encara tranquilo a estrada em distâncias médias dentro das características do conjunto propulsor. Como sempre, na decisão de compra, é importante avaliar a relação custo-benefício, observar as necessidades de uso e a comparação com os concorrentes do seu segmento como o próprio irmão Polo MPI 1.0 ou os Chevrolet Onix e Hyundai HB20 na faixa próxima de preço.