O crossover Honda avançou no desafio de manter as características de um carro de passeio ao enfrentar o pavimento irregular com espaço, conforto e segurança. O WR-V 2021 é o típico aventureiro urbano que também encara a estrada tranquilamente. Rodamos mais uma vez com o pequeno Honda, a segunda com o modelo 2021, que repetiu o melhor comportamento em relação ao modelo original lançado em 2017. O Honda WR-V ELX 2021 tem preço a partir de R$ 104.300.
O visual renovado chamou atenção, e os principais aperfeiçoamentos foram comprovados durante a rodagem. Os novos recursos eletrônicos facilitaram a condução e aumentaram a segurança do crossover. Para completar, o acabamento interno e a conectividade aperfeiçoados valorizaram o conforto.
No novo test-drive, rodamos cerca de 600 quilômetros em Porto Alegre. Repetimos a experiência na autoestrada Porto Alegre-Osório e no litoral gaúcho.
Como Priscila Nunes, que também conduziu o WR-V, lembrou, o crossover atendeu às expectativas com o visual bonito e desempenho adequado às características do conjunto propulsor.
O modelo 2021 representa 22% das vendas dos utilitários esportivos da Honda no país.
O WR-V conseguiu combinar dois elementos de êxito, argumentou a jornalista. Se o Fit ficou conhecido por sua modularidade interna e confiabilidade mecânica, o crossover adicionou ainda uma suspensão mais alta, com maior curso, e mais confortável.
Design e segurança
Os aperfeiçoamentos visuais leves reforçaram as linhas robustas do irmão do Fit e o adequaram à identidade de design da marca. A nova grade de acabamento preto brilhante e a barra cromada que separa o grupo óptico foram modificados. Assim como o para-choque, os faróis, as luzes diurnas (RL) e os auxiliares de neblina em LED.
Como a jornalista lembrou, o mais importante durante nosso test-drive, agora de distância e duração maiores, foi o crossover mostrar como ficou mais seguro. Os aperfeiçoamentos na direção elétrica, com respostas mais diretas, ajustes nas suspensões dianteira e traseira e a inclusão de equipamentos que faziam falta mudaram o comportamento do WR-V.
Os controles de estabilidade e tração foram eficientes nos trechos rápidos em curvas e na pista molhada, tanto no asfalto quanto no paralelepípedo. O que ocorreu também com o assistente de partida em aclive. As luzes de frenagem de emergência e o sensor crepuscular para o acendimento automático dos faróis, com regulagem de altura do facho, também foram importantes.
Na cidade, o crossover repetiu o bom comportamento dos irmãos Fit e City, que já avaliamos, mas com a vantagem do ajuste da suspensão para enfrentar irregularidades do pavimento. O WR-V ignorou os buracos, quebra-molas e desníveis tão comuns nas ruas e estradas gaúchas. Priscila destacou ainda utilidade do assistente de partida em rampas.
Conjunto propulsor
Os 115 cv e a força (torque) de 15,1 kgfm, com abastecimento a gasolina, foram bem distribuídos pelo câmbio automático contínuo variável (CVT) e a troca sequencial de marchas por aletas no volante. Na cidade, acompanhou o trânsito congestionado e, na estrada, o comportamento foi adequado às características do conjunto propulsor.
O consumo de combustível ficou próximo ao divulgado pelo Inmetro. Na cidade, as médias do WR-V ficaram entre 8,6 km/l e 10,2 km/l. Na estrada, em velocidade constante de 80 km/h, variaram de 12,3 km/l a 16,4 km/l, e a 110 km/h, de 13,6 km/h a 15,4 km/l.
Mais conectividade
O interior ficou mais sofisticado com o novo acabamento escurecido e detalhes em preto brilhante e cromados. Com 4,068 metros de comprimento, 1,734 metro de largura, 1,599 metro de altura e distância entre eixos de 2,555 metros, o WR-V tem bom espaço na frente e acomoda bem dois adultos atrás. Bem completo, com direção elétrica, bancos em couro, ar-condicionado e seis airbags, foi a nova multimídia com tela de sete polegadas sensível ao toque que atraiu Priscila. O porta-malas leva de 363 litros a 1.045 litros com os bancos traseiros rebaixados.
Por suas dimensões, o crossover foi fácil de estacionar e nem precisava de câmera de ré, o que o Gilberto contestou quando falei. Acostumado em carros maiores e "viciado" no apoio da tela, considerou a imagem fundamental para manobras de estacionamento independentemente do tamanho do veículo.
Conclusão
Os aperfeiçoamentos deixaram o WR-V mais confortável, seguro e fácil de conduzir. A maior altura do solo, a calibragem da direção e o ajuste da suspensão facilitaram vencer as trilhas urbanas criadas pelas irregularidades das ruas. Sem pretensões para o uso em qualquer terreno e limitado às características do conjunto propulsor, gostamos de dirigir o crossover novamente.