Símbolo da recuperação alemã pós II Guerra Mundial, no Brasil a trajetória do Fusca - o Volkswagen Sedan - se confunde com a história da indústria automobilística, da própria montadora e do desenvolvimento do pais.
A primeira unidade do Volkswagen Sedan deixou a linha de montagem da Fábrica da Anchieta em 3 de janeiro de 1959. Foi o princípio da produção em massa de carros no país. Foi o primeiro veículo das gerações entre os anos de 1950 e 1980 e também com o que aprenderam dirigir.
O velho e bom Fusca, como foi chamado anos depois de seu lançamento, ajudou a desbravar o interior do país, enfrentou estradas de terra pelo território nacional de ponta a ponta. Robusto, valente e arrojado, tração traseira e assoalho plano chegava a lugares onde os carrões importados da época que desfilavam pelas cidades não imaginavam existir.
Fabricados na Alemanha, os primeiros Volkswagen Sedan chegaram ao Brasil em 1950. Pequeno, com motor traseiro refrigerado a ar e visual que contrastava com os grandes sedans, o carrinho chamava a atenção por sua versatilidade e mecânica resistente. Transportava até cinco pessoas e consumia pouco combustível.
Com componentes importados, começou a ser montado em 1953, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, até o inicio da produção na Fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, em 1959. Tinha motor traseiro boxer (cilindros contrapostos) de 1.192 cm3 e 36 cv combinado com câmbio de quatro marchas. A velocidade máxima chegava a 110 km/h.
A ousadia do então presidente Juscelino Kubitschek e a visão do presidente mundial da Vokswagen, Friedrich Schultz-Wenk, viabilizaram no começo da década de 50, a construção da Fábrica Anchieta,em São Bernardo do Campo.
Inaugurada em 18 de novembro de 1959, levou para a história a imagem do então presidente Juscelino Kubitschek acenando para a multidão no banco de trás do Fusca preto conversível. Foi a primeira fábrica da Volkswagen fora da Alemanha, em São Bernardo do Campo.
Como na Alemanha, quando após o final da II Guerra Mundial, quando voltou a ser fabricado em Wolfsburg, na Alemanha, o Fusca foi o principal veículo de utilidade pública no Brasil. Serviu às forças públicas, correios e táxis, entre tantas outras atividades, transportando médicos, socorristas, polícias e bombeiros .
O Fusca passou por sucessivos aperfeiçoamentos, teve novos conjuntos propulsores, modelos e foi consagrado como carro de competição até o fim de sua produção em 1986. A indústria automotiva evoluiu e a alemã lançou novos produtos com o conceito de família e comemorava a o sucesso da BX com os Gol, Voyage, Parati e Saveiro.
Em 1993, sete anos depois da paralisação, o Fusca voltou à linha de montagem para atender o pedido do então presidente da República, Itamar Franco. A versão movida a etanol, conhecida como Fusca Itamar, deixou de ser fabricado em 1996.
Com mais de 21 milhões de unidades produzidas em todo mundo, um ícone, amado e cultuado por milhões de pessoas, a produção do Fusca em sua última fábrica, em Puebla, no México, foi descontinuada no final de julho de 2003.
Nos Estados Unidos, o Fusca terá a versão Final Edition, com carroceria cupê e Cabriolet que foi apresentada no Salão de Los Angeles, no fim de 2018. A Final Edition será inspirada na Última Edición do Fusca, de 2003, quando a primeira geração do lendário Volkswagen foi de fato descontinuada.
Para homenagear a história do simpático carrinho no Brasil, desde 20 de janeiro de 1989 é comemorado o Dia Nacional do Fusca. O evento que mundo é festejado em 22 de junho, data em que Ferdinand Porsche assinou o contrato para o desenvolvimento e produção do Sedan, em 1934.