A lenta recuperação do mercado doméstico em 2017 foi compensada pelo salto das exportações que acelerou as linhas de montagem. As vendas externas cresceram 46,5% com 762 mil unidades sobre o ano anterior contra 9,5% dos 2,24 milhões de emplacamentos de veículos no país, considerando o mesmo período.
Os dados divulgados nesta sexta-feira (5) pela Anfavea, a entidade dos fabricantes de veículos, confirmaram a previsão de que as exportações fechariam 2017 com recorde histórico. Os 762 mil veículos embarcados representam 46,5% a mais em relação aos 520,1 mil de 2016. Até então, o melhor ano em exportação foi 2005, com 724,2 mil unidades.
Com o avanço das vendas externas, a produção aumentou 25,2% sobre 2016 com 2,70 milhões de unidades. No mercado doméstico foram vendidos 2,24 milhões de veículos, 9,2% acima aos 2,05 milhões de 2016.
Para o presidente da Anfavea, Antônio Megale, 2017 foi positivo “ porque batemos o recorde histórico das nossas exportações e, porque foi de fato o ano da retomada do crescimento após quatro anos seguidos de queda”. O executivo destacou a melhora dos indicadores ao longo dos doze meses, o que permitiu um desempenho aquecido no segundo semestre.
Para o ano que está começando, a expectativa da Anfavea é do crescimento de 13,2% na produção com 3,06 milhões de unidades. As vendas domésticas deverão aumentar 11,7% com com 2,50 milhões de registros enquanto as exportações terão alta de 5% com 800 mil veículos embarcados.
A conjuntura macroeconômica indica cenário otimista para Megale. “A inflação em baixa, câmbio estável e expectativa de crescimento do PIB possibilitam a retomada da confiança do consumidor e do investidor”.
Maior fabricante e exportadora de veículos do país com mais de 3,6 milhões de unidades embarcadas para 147 países desde 1970, a Volkswagen do Brasil fechou 2017 vendas externas de 163.306 unidades para 15 paises, 52,16% mais sobre as 107.322 unidades de 2016.
O Gol foi o modelo mais exportado em 2017 pela Volkswagen com 73.848 unidades. embarcadas A Argentina foi o maior importados com 93.891 veículos embarcados. O presidente da Volkswagen Amércia do Sul e Brasil, Pablo Di Si, atribui a ampliação das vendas externas à estratégia de regionalização das suas operações na América do Sul, Central e Caribe com produtos desenvolvidos para atender às necessidades específicas dos consumidores dessas regiões.
A Fiat Chrysler Automóveis (FCA) também comemorou o recorde de exportação em 2017. O embarque de 145 mil veículos, 55% a mais em relação ao ano anterior, foi o melhor resultado desde chegou ao país, em 1976. O maior volume exportado anteriormente foi o de 106.870 veículos, em 1989, principalmente para a Europa.
Os Fiat Mobi (29 mil), Strada (22,6 mil), Jeep Renegade (19 mil), Toro (17 mil) e Fiorino (15,7 mi) foram os modelos produzidos no Brasil mais vendidos no exterior pelo grupo ítalo-americano em 2017. Com uma gama renovada de produtos, neste ano, a FCA pretende fortalecer sua presença, em especial, nos países latino-americanos com destaque para a Argentina.