Com Priscila Nunes
Uma das mais importantes concessionárias Honda no Brasil, a Kaizen completa 20 anos. A trajetória se confunde com a história da marca japonesa no país e com a própria história de seu fundador, o empresário Romeu Edgar Schneider. Neste período, com matriz na Avenida Ceará, 115, e filial na Avenida Wenceslau Escobar, 2121, na Zona Sul de Porto Alegre, a Kaizen recebeu mais de 20 prêmios da Honda – incluindo cinco viagens ao Japão - pelas suas atividades, pela satisfação do cliente e pela cultura que valoriza a criatividade, o bem estar das pessoas e as relações de confiança.
A filosofia Honda foi o ponto de partida para as atividades da empresa, explicou seu Romeu, como os funcionários o chamam. Foram duas horas de entrevista. Primeiro na sua sala, depois durante a visita pela concessionária, quando nos explicou os detalhes de cada setor. Em alguns parou, cumprimentou, abraçou e chamou funcionários pelo nome. Emocionado, lembrou os primeiros momentos da empresa. Também quando nos mostrou o Civic 1997, ainda importado, que pertenceu a sua mãe.
O nome Kaizen significa melhoria continua. Fazer hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje, sempre melhorando. Décima segunda concessionária da marca japonesa instalada no país, o empresário destaca a importância de trabalhar cada vez melhor, valorizar a qualidade e a modernidade para os clientes. A comemoração dos 20 anos começou nesta segunda-feira (23) com um café para os funcionários, e continuará até sexta-feira (26) com café da manhã e happy hour para os clientes.
A Kaizen acompanhou a chegada, o crescimento e a consolidação da Honda no mercado brasileiro. Romeu Edgar Schneider foi um dos principais executivos da SLC (Schneider Logemann Companhia) - importadora, distribuidora e fabricante de tratores e máquinas agrícolas. Nos anos 70 e 80, passou mais tempo viajando pelo Brasil e pelo exterior do que na sede da empresa, em Horizontina, ou em Porto Alegre. Numa volta ao passado, Romeu lembrou os filhos Felipe, hoje com 37 anos, e Frederico, com 38, que moravam na Capital. Na SLC, ele não tinha sábado nem domingo e ficava pouco tempo com a família. Nos anos 90 resolveu mudar para uma atividade onde não precisasse viajar tanto e poderia ficar mais tempo com a família.
A experiência da SLC levou à ideia de trabalhar com barco ou carro. Com o clima gaúcho, o barco seria uma atividade sazonal, verão e final de semana. Procurou uma boa marca disponível para representar em Porto Alegre. À época haviam quatro grandes montadoras no país – Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen. A abertura do mercado trouxe diversas estrangeiras como importadoras e a Honda foi a primeira que anunciou a produção local de veículos.
Romeu lembrou as viagens feitas nos Estados Unidos, o bom desempenho dos carros Honda que alugava e os comentários sobre a segurança. Em julho de 1996, no mesmo mês em que a japonesa colocou a pedra fundamental da nova fábrica, em Sumaré, no interior de São Paulo, procurou a montadora e perguntou qual seriam os seus planos para o Rio Grande do Sul. Ouviu que a Honda estudava a nomeação de um dos quatro pretendentes. Entusiasmado, disse que gostaria de conversar para saber dos investimentos necessários e instalações.
A resposta veio rápida. “Podemos conversar na próxima semana? Surpreso pela velocidade, passou um telex explicando que não poderia. Justificou que depois de cinco anos sem férias, se suspendesse a viagem programada com a família, “daria separação”. Retornou no sábado e aproveitou o final de semana para visitar duas concessionárias da marca em São Paulo. Ficou sabendo que os japoneses eram legais, não tinha maracutaia e tudo era muito certo.
- Era isso que tínhamos interesse. Fiquei feliz. Estávamos no caminho certo. É isso mesmo que queremos - comemorou.
À época, haviam outras marcas, também em fase de instalação que ofereciam facilidades. O desafio da Honda entusiasmou o empresário O entendimento com a empresa foi rápido, dois meses de conversas, questionamentos e troca de informações. A montadora tinha pressa em aumentar a sua rede mas Romeu não queria ficar dependente da importação de veículos e acertou que abriria a concessionária com o início da produção local. Começou procurar uma área e, entre as muitas que encontrou, decidiu pela Avenida Ceará, na zona norte da cidade.
A construção da sede foi um novo desafio. As obras começaram do zero, em abril de 1997. Romeu determinou que a concessionária seria inaugurada em 21 de outubro, data do aniversário do seu pai. O empresário pediu à construtora, “façam o que quiserem, mas não posso mudar a data”.
Foram meses de tensão, ansiedade e visitas diárias a obra que ficou pronta na véspera do previsto. A Kaizen foi a 12ª concessionária da marca japonesa no país. Quinze dias antes, Romeu assistiu a inauguração da fábrica da Honda e a saída do primeiro Civic nacional da linha de montagem do complexo do Sumaré.
O nome Kaizen foi escolhido entre mais de cem opções. Romeu buscava um nome sonoro e que representasse os seus conceitos e os da Honda. Quando descobriu o significado, brincou o empresário, “caiu a ficha, era o que eu queria”. Kaizen significa fazer melhor, hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje. A evolução contínua, sempre melhorando. A marca estava registrada para peças e custou o equivalente a metade de um Civic à época.
Nos primeiros três meses, até o final do ano, a Kaizen vendeu 97 Civic, no segundo ano, 450. A concessionária acompanhou o crescimento da Honda que complementou a produção com a importação. Em 2003 chegou a primeira geração do compacto Fit. Em 2009 foi a vez do City. A gestão foi profissionalizada em 2010 com a contratação de um executivo geral. Romeu assumiu a presidência do conselho e seu filho Felipe, a vice-presidência.
Nos 20 anos de atividades, a Kaizen ampliou suas instalações. Na matriz, o showroom e os serviços de pós-venda passaram a ocupar uma área de 4.800 metros quadrados, dos quais 3.800 construídos, onde tudo é transparente e apenas a pintura é fechada. Também na Ceará fica a Kaizen Selecionados que comercializa veículos semi-novos com uma área de 600 metros quadrados.
Para acompanhar a expansão da marca – que em 2015 lançaria o utilitário esportivo H-RV e, neste ano, o W-RV -, foi inaugurada em 2013 a filial Zona Sul, na Avenida Wenceslau Escobar, com 1.200 metros quadrados, dos quais 600 construídos.
As instalações da Kaizen são complementadas pelo Kalog, que ocupa 7.800 metros quadrados, sendo 2.700 construídos, destinada para serviços de funilaria e pintura.
Foram 20 anos de muitas histórias que passaram rápidos. Emocionado, olhando o futuro, Romeu Schneider, garante que o caminho da Kaizen será acompanhar a Honda com produtos cada vez mais qualificados e adequados e conceitos que remetem à sua origem com a satisfação do cliente, a cultura que valoriza a criatividade, o bem estar das pessoas e as relações de confiança.