Com Priscila Nunes
São Paulo
Um veículo de conceito inovador, preço acessível e espaço, proposta pela Renault, foi superada pelo Kwid. O subcompacto apresentado nesta semana surpreende por recursos raros ou inexistentes nos concorrentes do seu segmento e que custam mais caro. Com 786 quilos, motor de três cilindros 1.0 de até 70 cv e câmbio manual de cinco marchas, acomoda relativamente bem quatro adultos. A Renault garantirá os preços da pré-venda em que a versão básica de R$ 29.990 atraiu os consumidores e levou a montadora dobrar a oferta. As primeiras unidades chegarão aos concessionários nos próximos dias com preços de R$ 29.990,na opção Life,R$ 34.990, na Zen, e R$ 39.990, na Intense.
Apresentado como conceitual no Salão do Automóvel de São Paulo de 2014 e modelo final no Salão de Buenos Aires, em junho, passado, o Kwid foi desenvolvido para o mercado latino americano. Para reduzir o custo foi criada uma plataforma – a CMFA – compartilhada por cinco veículos da Renault, Nissan e Datsun, uma família de motores e outra de caixas de câmbio.
Reprojetado pela engenharia brasileira, a Renault garante que o modelo produzido em São José dos Pinhais (PR) é praticamente um novo veículo em relação ao modelo indiano. O reforço da estrutura inclui 30% de aço de alta resistência, cerca de 80% das peças são específicas e o os equipamentos são superiores. As modificações aumentaram o peso em torno de 100 quilos conforme a versão.
O Kwid pega carona no sucesso dos seus irmãos utilitários esportivos. A definição de “utilitário esportivo dos compacto” pela fabricante, que provocou discussões, foi explicada pelo diretor de Comunicação da Renault, Carlos Henrique Ferreira na abertura da apresentação do novo modelo. Explicou que o SUV é um carro mais alto para enfrentar buracos, robusto e posição elevada de dirigir. Conceito que a montadora trouxe para o segmento de entrada.
O pequeno Kwid tem ângulo de entrada de 24 graus, de saída de 40 graus e altura em relação ao solo de 18cm. Características que garantiram a classificação pelo Inmetro na Categoria A de utilitário esportivo compacto.
O visual robusto do Kwid remete a um mini utilitário esportivo principalmente nas laterais pela proteção contínua da caixa de rodas que corre entre os para-choques. Linhas marcadas por vincos na frente, no capô e na traseira, a grade integrada aos faróis reforça a força e destaca a largura do carro. As lanternas traseiras harmonizam o conjunto. Com 3,680 metros de comprimento,1,579 m de largura, 1,474 m de altura 2.423 m de entreeixos, o porta-malas surpreende pela capacidade de 290 litros, o maior do seu segmento.
Todas as versões do Kwid são equipadas com o motor de três cilindros 1.0 SCe (utiliza o mesmo bloco do Sandero) com comando de válvulas simples, de 66 cv e 9,44 kgfm de força (torque) com gasolina e 70 cv e 9,8 kgfm com etanol.Nota A do Inmetro, na cidade percorre de 10,5 km/i com etanol a 14,9 km/l com gasolina e na estrada 10,8 km/l (etanol) e 15,6 km/l (gasolina). O pequeno Renault acelera de 0 a 100 km/h em 14,7 segundos (etanol) e 15,5 segundos (gasolina) e chega às velocidades máximas de 152 km/h (gasolina) e 159 km/l (etanol)
A Renault estima que as versões Life e Zen serão preferidas por famílias da Classe C com filhos e terão 80% das vendas. A topo de linha Intense terá como compradores jovens da Classe B.
Versões e preços
Renault Kwid 1.0 SCe
Life – R$ 29.990
Direção hidráulica, quatro airbags ( frontais e laterais), Isofix para fixação de duas cadeirinhas predisposição para rádio, indicador de troca de marcha, alerta de cinto de segurança do motorista, desembaçador traseiro, rodas 14 polegadas.
Zen - R$ 34.990
Acrescenta direção elétrica, ar-condicionado, travas das portas e vidros dianteiros com acionamento elétricos, alerta sonoro de faróis acesos, retrovisor com função dia/noite, limpador do vidro traseiro, e revestimento interno no porta-malas.
Opcionais – R$ 400
Rádio com Bluetooth, entradas USB e AUX.
Intense - R$ 39.990
Mais acabamento interno personalizado, sistema multimídia MidiaNav com tela sensível ao toque e câmera de ré, retrovisores elétricos, computador de bordo, abertura elétrica do porta-malas, apoio de cabeça nos três assentos traseiros, chave-canivete, acabamento externo exclusivo, faróis de neblina.
Curiosidade nas ruas
Foi tranquilo enfrentar com o Kwid o transito congestionado das ruas de São Paulo entre o Tivoli Mofarreg, o Allianz Parque e o sambódromo.Dirigi entre o hotel e o estádio do Palmeiras e a Priscila Nunes nos trechos de ida ao Anhembi e volta a arena. O espaço na frente é compatível com as dimensões do carro. A distância entreeixo ajuda no conforto. A posição elevada de dirigir compensa a falta de regulagem de altura do banco que conta com abas laterais no encosto. Sobra espaço no porta-luvas e nos diversos porta-objetos espalhados pelo console central e laterais das portas.
No anda e para do transito congestionado, o motor do Kwid respondeu bem combinado com câmbio manual preciso, um pouco duro, mas com engates fáceis na troca de marchas. A sensação de domínio do veículo é perfeita,direção elétrica leve e precisa, lombadas e depressões do asfalto foram ignoradas pelo carrinho. O fluxo lento impediu conhecer melhor o carro, principalmente em relação às respostas do motor.
- Quando avistei o carro, logo me veio uma imagem de um jovem dirigindo. Talvez pelo design ser moderninho. Veio em mente um universitário adquirindo o primeiro veículo, ou talvez até trocando de carro – lembra Priscila.
Para a jornalista, andar pelas ruas de São Paulo com o Kwid foi como sentir- se nos arredores de casa. “Consegui entender tranquilamente o comportamento do motor de três cilindros com o câmbio de cinco marchas”.
Do estádio do Palmeiras, Allianz Parque, cruzamos o centro da cidade até chegar ao sambódromo. Nas ruas e principalmente nas sinaleiras fechadas, o Kwid chamou a atenção e concordo com a Priscila que foi o centro foi a região em que mais curiosos olhavam o carro como de quem queria "saber mais detalhes". Sorrisos e sinais positivos foram distribuídos durante o test-drive.
- Sou suspeita, adoro carro pequeno, pois acho prático. Na hora de estacionar, a câmera de ré faz toda a diferença. A cor do carro, alaranjada também me cativou.
Conclusão:
O Kwid é o exemplo de como um carro pequeno, de entrada, pode atender às necessidades do consumidor sem comprometer o preço. A Renault combinou o espaço, a segurança e a economia de combustível com adequada relação custo/benefício. De sobra, o maior porta-malas do segmento.
Viagem a convite da Renault