Os desmandos dos gabinetes de Brasília que nos últimos anos comprometem a política brasileira, derrubam a economia e agravam a recessão, continuam afetando o setor automotivo. A venda de veículos acompanha os resultados negativos dos demais segmentos da economia brasileira com nova queda a cada mês. O balanço da Anfavea, a entidade dos fabricantes, divulgado nesta semana, mostrou a venda de 282,9 mil veículos novos no primeiro bimestre do ano, 6,4% menos em relação ao mesmo período de 2016. Considerando apenas fevereiro, foram registradas 135,7 mil unidades, volume 7,8% menor na comparação com janeiro e 7,6¨% sobre o mesmo período do ano anterior.
Apesar da expectativa de que o primeiro trimestre seria difícil, o presidente da Anfavea, Antônio Megale, considerou os números decepcionantes. O resultado de fevereiro surpreendeu negativamente pois começou positivo, mas caiu no final, principalmente devido ao Carnaval. Entre os motivos que prejudicaram as vendas, Megale cita o mês mais curto, as paralisações no Espírito Santo, com reflexos no Rio de Janeiro, e as dificuldades de financiamento.
O crescimento das exportações compensaram a queda do mercado doméstico e permitiu às montadoras produzirem 200,4 mil unidades, 14,7% a mais sobre janeiro, e 39% na comparação com o mesmo mês de 2016. No bimestre saíram das linhas de montagem 375,1 mil veículos, volume 28,1% superior ao resultado acumulado dos dois primeiros meses do ano passado. Em fevereiro foram embarcados 66,3 mil veículos com o crescimento de 74,7% ante janeiro e 82,2% na comparação com fevereiro de 2016. No resultado acumulado do ano, as exportações aumentaram 73,1%.