* Publicado no blog Gilberto Leal em 12 de julho de 2016
O desafio de ser a primeira montadora de veículos fora de São Paulo e enfrentar as três grandes país – Ford, General Motors e Volkswagen -, todas localizadas no ABC paulista, foi o ponto de partida da Fiat com o pequeno 147, em 1976. Numa trajetória marcada por inovações, a montadora italiana avançou ao longo dos 40 anos de atividades no Brasil completados no sábado passado. Inaugurada em 9 de julho de 1976, a cidade Fiat ocupa uma área de 2,25 milhões de metros quadrados. No momento, o complexo der Betim passa modernização que integra o maior ciclo de investimentos do grupo italiano, com R$ 7 bilhões incluindo o desenvolvimento de novos produtos.
Tudo começou com a produção do pequeno hatch que marcou época pelas novidades como o primeiro veículo produzido no país com motor transversal e que deu origem a uma picape, um sedã e um furgão. Com a crise do petróleo, nos anos 70, foi pioneiro na utilização do etanol como combustível. Nestas quatro décadas, mais de 50 modelos de diferentes segmentos foram produzidos no complexo de Betim.
Acompanhando a evolução da marca, o crescimento de Betim se confunde com a história da montadora. Com a atração dos fornecedores, a chamada mineirização, hoje mais de 300 localizados nas proximidades, o complexo da Fiat tem a maior fábrica de veículos da América Latina e em uma das maiores do mundo. Também é também a unidade de produção com maior capacidade instalada de todo o grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), com capacidade para produzir 800 mil veículos por ano. Das linhas de montagem mineira já saíram quase 15 milhões de veículos, dos quais mais de três milhões foram exportados para cerca de 30 países. O Uno foi o mais vendido com 3,7 milhões.
No caminho aberto pelo 147, a trajetória dos compactos continuou com o Uno, em 1984, seguido pelo sedã Prêmio, a station wagon Elba e o furgão Fiorino. Em 1990, o Uno Mille, primeiro carro com motor 1.0, ganhou uma versão turbo e ar-condicionado. Em 1993, o sedã Tempra e o hatch Tipo ampliaram a opção de modelos e também avanços tecnológicos como o motor de quatro válvulas por cilindros, airbags e freios ABS.
A grande virada ocorreu em 1996 com o Palio, o hatch desenvolvido para o mercado brasileiro, seguido pela station Weekend. Em 1997 chegou o sedã Siena, dois anos depois o primeiro modelo da linha aventureira urbana Adventure, e a picape Strada. O sedã médio Marea, a station e o Brava fecharam os lançamentos. O Stilo marcou o começo do novo século, em 2002, equipado com recursos como oito airbags, direção elétrica, ar -condicionado de duas zonas e bluetooth. A picape utilitário esportivo Toro, em 2015, o Mobi, neste ano, foram os últimos lançamentos e marcaram a entrada da montadora italiana em novos segmentos.