* Publicado no blog Gilberto Leal em 17 de maio de 2016
A história do setor automotivo no Brasil começou com a chegada dos primeiros carros importados pelas famílias de Santos Dumont, José do Patrocínio e Tobias de Aguiar. Logo depois, ainda no começo do século XX, algumas empresas começaram montar veículos em galpões e depósitos em São Paulo. Com o tempo, passam de importadoras para montadoras, com fábricas instaladas na Região do ABC paulista. A proibição da importação de peças em 1952, pelo presidente Getúlio Vargas, favoreceu a nacionalização. Juscelino Kubitschek assumiu a presidência da República com a proposta de crescer 50 anos em cinco e incentivou o setor com a criação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), em 1956. No mesmo ano, em 15 de maio, surgiu a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea. Nestes 60 anos da história da entidade, o setor automotivo se confunde com a história do desenvolvimento do Brasil embalando e atendendo sonhos que geram renda e emprego em um segmento que responde por 23% do Produto Industrial Interno Bruto do país.
A entidade dos fabricantes de veículos – automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e rodoviárias - começou com oito associados que empregavam 9,8 mil trabalhadores e produziam 30, 5 mil veículos por ano. A cadeia automotiva acompanhou o desenvolvimento do país e ajudou desbravar fronteiras e a conquista do interior. Hoje as 32 associadas da Anfavea respondem por quase 130 mil empregos e produziram em anos recordes, como em 2013, mais de 3,7 milhões de veículos, vendeu 3,80 milhões de unidades e exportou quase outras 900 mil. Também desenvolveu a tecnologia de motores flexíveis que permitem o uso da gasolina, etanol ou a mistura de ambos em qualquer quantidade e que equipam cerca de 90% dos veículos produzidos no país.
As principais montadoras do mundo estão presentes no país. Os investimentos anunciados chegarão a R$ 85 bilhões no período 2012 a 2018 para construção, ampliação e modernização de fábricas, atualização e desenvolvimento de novos produtos. Diversos fabricantes tem centros de pesquisa e desenvolvimento que criam veículos e plataformas que rodarão pelo mundo inteiro. Dos investimentos previstos, cerca de R$ 15 bilhões terão foco em pesquisa, desenvolvimento e engenharia para atender o Inovar-Auto.
Presidida por Antonio Megale, como parte da programação dos seus 60 anos, a Anfavea fará apresentações e palestras em universidades brasileiras com o objetivo de contato com jovens universitários para retratar a história da indústria, além de conversar sobre temas que são frequentemente debatidos na sociedade.