* Publicado no blog Gilberto Leal em 07 de setembro de 2016
A Olimpíada, a fase final do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e as incertezas do governo provisório de Michel Temer comprometeram o desempenho da economia brasileira em agosto. A indústria automotiva produziu 177.726 veículos com a queda de 18,4% em relação ao mesmo período em 2015. Os dados divulgados pela Anfavea, a entidade das montadoras, mostram que foi a menor produção para o mês de agosto desde 2003. Na comparação com julho, a redução foi de 6,4%. O resultado acumulado do ano despencou 20,1% com 1,38 milhão de unidades. A venda em agosto de 183,9 mil veículos cresceu 1,4% no comparativo com julho. Já sobre o mesmo mês de 2015, o tombo foi de 11,3%. A venda acumulada de 1,34 milhão foi 23,1% menor do que de janeiro a agosto do ano passado.
Para o presidente da Anfavea, Antonio Megale, com as definições do cenário político é a hora da virada. O país precisa aproveitar esta chance para fazer as reformas necessárias e entrar na rota da retomada do crescimento. O executivo defende as reformas previstas e o ajuste fiscal.
- O momento é de preparar o futuro, destaca Megale.
Em agosto foram embarcados 40 mil veículos, 11,8% menos em relação a julho mas 16,7% a mais sobre agosto de 2015. De janeiro a agosto foram exportadas 312 mil unidades, 19,6% a mais na comparação com o mesmo período do ano passado. Pelas provisões da Anfavea, neste ano deverá ser vendidos para exterior 507 mil veículos, volume 21,5% superior ao de 2015.
No final de agosto as montadoras tinham 126 mil empregados, 6,2% menos dos que os 134,4 mil do mesmo mês no ano passado. No mês 22,3 mil trabalhadores estavam fora das linhas de montagem, dos quais 19,8 mil no Programa de Proteção ao Emprego e 2,5 mil em lay-off (paralisação temporária). As montadoras defendem a transformação do PPE, que termina em 2017, para permanente.