A cada três brasileiros habilitados para pilotar motocicleta, um é mulher. É o que apontam dados de janeiro do Denatran. Conforme a entidade, mulheres já são 33% dos que têm Carteira Nacional de Habilitação do tipo A. Se considerarmos todas as categorias que permitem pilotagem de motocicleta (combinadas com outros veículos), entre janeiro do ano passado e deste ano, houve um aumento de 7% no número de motociclistas.
– Desde que criei o site, em 2009, tenho percebido aumento no número de mulheres motociclistas. Não só os acessos ao portal aumentaram como também a interação. Além das mensagens pedindo dicas, muitas meninas me perguntam se devem ou não comprar uma motocicleta. Minha resposta, claro, é sempre sim – disse a fundadora do portal MulheresdeMoto.com.br, Amanda Pagliari.
Um estudo feito nos Estados Unidos, a pedido da Harley-Davidson e conduzido pela empresa especializada Kelton, concluiu que as mulheres que pilotam moto são mais felizes e se sentem mais sexy. O trabalho foi feito em 2014 e contou com a participação de 1.013 motociclistas e outras 1.106 mulheres que não andavam de moto, todas com idade acima dos 18 anos.
Praticidade de locomoção, economia e sensação de liberdade são alguns dos motivos pelos quais elas estão aderindo ao mundo das duas rodas. E, embora a preferência seja por modelos scooter e cub, elas também pilotam motos de média e alta cilindrada. Como a motociclista Tábata Lôbo (Taninja), que começou com uma Biz, passou para uma Ninja 300 e hoje pilota uma Kawasaki Zx6.
– Comecei a andar de moto porque fui assaltada no ponto de ônibus. Hoje sou apaixonada pela motocicleta, faz parte de mim, não vivo sem – conta.
Muitas mulheres relatam que a motocicleta era apenas um meio de transporte tornando-se, posteriormente, um estilo de vida, inclusive companheira de viagens. Além das ruas, os autódromos também foram invadidos pelo charme feminino. É cada vez maior o número de mulheres presentes nas competições de motovelocidade – inclusive no pódio.
Em 2016, a piloto Samara Andrade foi vice campeã brasileira na Copa Ninja 600cc, competindo de igual para igual com os meninos. Em 2015, a piloto Márcia Reis organizou o primeiro Grid Feminino de motovelocidade. O evento teve a participação de 17 pilotos.
De olho nesse mercado que não para de crescer, empresas pensam cada vez mais nas mulheres ao lançar um produto. O tradicional rosa se estende a produtos como capacetes, jaquetas e luvas. A Riffel lançou recentemente a linha de vestuário Anatomic, voltada para mulheres devido à modelagem diferenciada.
De acordo com a Honda, pelo menos 58% dos compradores da Honda Biz, uma das campeãs de venda do Brasil entre todos os veículos, são mulheres.